São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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Grupo rende família de segurança

DO "AGORA"

Um grupo de assaltantes manteve refém a família de um segurança de uma empresa de transporte de valores para obrigá-lo a roubar um carro-forte.
O alvo da quadrilha foi um carro-forte da empresa Transpev. No total, foram levados R$ 1.471.500 que seriam entregues em agências do Banespa e do Unibanco.
Segundo a polícia, D.D., 37, chegou em sua casa, no Jardim Tremembé (zona norte de São Paulo), por volta das 22h de anteontem e já encontrou a mulher, a empregada doméstica M.S.G., 34, o sogro, o aposentado M.G., 74, e o filho, D.J.G., de seis anos, rendidos por três homens encapuzados. O grupo permaneceu na casa da família até o amanhecer.
No decorrer da madrugada, os ladrões obrigaram o segurança e sua mulher a posarem para fotos instantâneas sob a mira de armas.
Além disso, instruíram D.D. sobre como ele teria de colaborar com o plano de roubo. Se não colaborasse, a mulher, o filho e o sogro -que, pouco antes do amanhecer, foram levados para um cativeiro- seriam assassinados.
Como faz diariamente, às 6h30, D.D. chegou à transportadora, na avenida Jaguaré, no bairro de mesmo nome (zona oeste).
Por volta das 7h, o segurança entrou no carro-forte com três colegas para levar dinheiro às agências bancárias. Pouco depois de o carro deixar a empresa, ele sacou seu revólver 38 e rendeu os outros seguranças, obrigando-os a colocar suas armas no chão.
Mostrando-lhes em seguida duas das fotos que o grupo havia tirado dele e de sua mulher, D.D. explicou aos colegas a sua situação e, seguindo as instruções, mandou o motorista do carro-forte parar no final da avenida Torres de Oliveira, bem em frente à favela do Jaguaré.
O segurança abriu a porta lateral do veículo e mandou que os colegas ficassem de costas para ela. Cerca de dois minutos depois, surgiu uma picape Corsa cinza, com motorista e três homens na caçamba. Armados com um fuzil AR-15, recolheram o dinheiro.
Quando os quatro deixaram o local, ainda segundo a polícia, D.D. começou a chorar e ficou bastante abalado, pois esperava que o grupo libertasse seus familiares naquele momento.
A mulher, o filho e o sogro, no entanto, foram libertados pela quadrilha em São Mateus (zona leste) por volta das 10h30.
D.D. chegou a ser internado por conta de uma crise nervosa, mas foi liberado horas depois.
Como ele estava sob efeito de sedativos, não foi interrogado ontem pela polícia. Seus familiares também não prestaram depoimento ainda.
Procurada pela reportagem, a empresa não quis se pronunciar sobre o assalto.


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