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Detida em Fortaleza acusada
de prostituir meninas de 11 a 17 anos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A polícia prendeu ontem, em
Fortaleza, Vera Lúcia de Oliveira,
44, acusada de prostituir adolescentes, entre elas a própria filha, e
de fornecer drogas às meninas.
Vera Lúcia, ainda sem advogado,
nega o crime. Ela só confirmou,
no depoimento à polícia, que as
garotas frequentavam sua casa.
São 11 meninas entre 11 e 17
anos que se prostituíam com a
ajuda de Vera Lúcia, segundo
apurou a Delegacia de Combate à
Exploração de Crianças e Adolescentes. Elas conseguiam clientes
numa das mais movimentadas
avenidas de Fortaleza, a Raul Barbosa, que dá acesso ao aeroporto.
Segundo o inquérito, os programas aconteciam na casa de Vera
Lúcia, na favela do Lagamar, periferia de Fortaleza. As garotas cobravam R$ 10 e tinham de pagar a
metade pelo quarto. Em alguns
casos, as adolescentes relatam que
eram levadas a motéis, escondendo-se no porta-malas do veículo
para poder entrar no local.
Os R$ 5 restantes pagavam as
pedras de crack fornecidas pela
própria Vera Lúcia, que também
seria usuária de drogas. Ela foi indiciada por ceder o local à prática
de exploração sexual, crime que
prevê pena de quatro a dez anos
de cadeia, e por tráfico de drogas,
com pena de até seis anos.
A filha de Vera Lúcia começou a
se prostituir aos 16 anos, obrigada
pela mãe. Ela chegou a ser atendida pelo projeto Sentinela, programa do governo do Ceará que dá
amparo a crianças e adolescentes
vítimas de exploração sexual. Hoje, com 18 anos, ainda se prostitui
para sustentar o vício em crack.
Até setembro deste ano, o projeto
atendeu 428 casos de exploração
sexual de crianças e adolescentes.
As 11 meninas receberão apoio
do Sentinela. "Estamos conseguindo ajuda para desintoxicá-las, assim elas não voltarão à prostituição por causa do vício", disse
a delegada Rena Gomes.
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