MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para enfraquecer a campanha do PL pela presidência da Câmara, cuja eleição está prevista para 15 de dezembro, o governo Marta Suplicy (PT) iniciou negociações com partidos da base aliada e deve ceder cargos em secretarias e subprefeituras.
Vereadores da base aliada e do próprio PT admitem que, como parte do acordo, pelo menos dez subprefeitos devem ser trocados nos próximos dias.
A tática é uma tentativa de abafar a candidatura de Antônio Carlos Rodrigues, líder do PL, à presidência da Casa. Ele, porém, nega trocar sua candidatura por cargos. "Fiz um acordo com o meu grupo de que jamais aceitaria nenhuma outra posição senão a de presidente", disse Rodrigues, que afirma já contar com o apoio de diferentes partidos, até mesmo do PSDB -que faz oposição ao governo Marta. A bancada do PL é integrada por quatro vereadores.
Rodrigues afirma que, caso o PT não apóie sua candidatura, parte da base aliada pode se tornar oposição, o que dificultaria a aprovação de projetos do Executivo.
De acordo com Arselino Tatto, líder do governo e também provável candidato à presidência da Câmara, eventuais trocas na administração municipal serão decididas pela prefeita.
Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa é também de mudanças no secretariado. A secretária de Negócios Jurídicos, Anna Emília Cordelli Alves, pode deixar a pasta para assumir um cargo no Tribunal de Contas do Município.
Para o lugar dela, segundo a Folha apurou, cogita-se o nome do vereador José Mentor (PT), recém-eleito deputado federal. Os secretários João Sayad (Finanças) e Márcio Pochmann (Trabalho) são cotados para assumir cargos no governo Lula. Aldaíza Sposati (Assistência Social) pode sair do governo para reassumir seu lugar na Câmara dos Vereadores. Eny Maia (Educação) e Eduardo Jorge (Saúde) também podem ser substituídos.


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