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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura quer que população faça doações a fundo municipal
Serra lança campanha contra esmola
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os motoristas pararem de
dar esmolas às crianças nos semáforos, elas obrigatoriamente deixarão as ruas. Sem dinheiro, terão
de procurar abrigos e programas
assistenciais da prefeitura. A lógica pertence ao secretário da Assistência Social, Floriano Pesaro, que
lançou ontem o projeto "São Paulo protege suas crianças", do qual
faz parte a campanha "Dê mais
que esmola. Dê futuro."
O projeto foi apresentado ontem a empresários da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) pelo prefeito José Serra
(PSDB) e pelo secretário. Segundo o prefeito, o objetivo é integrar
várias secretarias municipais para
atender a população de rua. As
crianças viciadas em droga, por
exemplo, serão encaminhadas à
Secretaria Estadual da Saúde.
Também será realizada uma
campanha para que a população
substitua a esmola por uma doação para o Fundo Municipal da
Criança e do Adolescente (Banco
do Brasil, agência 1897-x, c/c
5738-x), com abatimento do Imposto de Renda: 1% para pessoa
jurídica e 6% para pessoa física.
Com os recursos do fundo e
doações, a prefeitura pretende,
além de outdoors e painéis em
pontos de ônibus, fazer uma campanha no rádio e na TV.
De acordo com levantamento
da Secretaria da Assistência Social, há cerca de 3.000 crianças e
adolescentes em 180 cruzamentos
de bairros centrais da capital, sendo que 30% são da periferia ou da
região metropolitana, 85% moram com a família e 96% vão à escola. Elas arrecadam cerca de R$
20 por dia, mas a maioria tem aliciadores que ficam com 80%.
"Quando o motorista deixar de
dar um trocado, ainda que seja
pela compra de uma bala ou pela
apresentação de malabares, as
crianças irão buscar atendimento", diz o secretário. "Aí, poderemos incluir suas famílias em programas de renda e colocá-las em
atividades educativas, como o
programa pós-escola."
O pós-escola é uma ação da Secretaria Municipal da Educação
que oferece atividades culturais e
esportivas no período alternativo
ao do colégio. Hoje, são 70 mil estudantes no programa e a orientação do secretário, José Aristodemo Pinotti, é para que as crianças
de rua tenham prioridade nessas
atividades. "Precisamos conquistá-las, fazer com que não tenham
vontade de voltar para o farol e
ajudar suas famílias a sobreviver
sem o dinheiro que levavam."
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