São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Prefeitura quer que população faça doações a fundo municipal

Serra lança campanha contra esmola

DA REPORTAGEM LOCAL

Se os motoristas pararem de dar esmolas às crianças nos semáforos, elas obrigatoriamente deixarão as ruas. Sem dinheiro, terão de procurar abrigos e programas assistenciais da prefeitura. A lógica pertence ao secretário da Assistência Social, Floriano Pesaro, que lançou ontem o projeto "São Paulo protege suas crianças", do qual faz parte a campanha "Dê mais que esmola. Dê futuro."
O projeto foi apresentado ontem a empresários da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) pelo prefeito José Serra (PSDB) e pelo secretário. Segundo o prefeito, o objetivo é integrar várias secretarias municipais para atender a população de rua. As crianças viciadas em droga, por exemplo, serão encaminhadas à Secretaria Estadual da Saúde.
Também será realizada uma campanha para que a população substitua a esmola por uma doação para o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Banco do Brasil, agência 1897-x, c/c 5738-x), com abatimento do Imposto de Renda: 1% para pessoa jurídica e 6% para pessoa física.
Com os recursos do fundo e doações, a prefeitura pretende, além de outdoors e painéis em pontos de ônibus, fazer uma campanha no rádio e na TV.
De acordo com levantamento da Secretaria da Assistência Social, há cerca de 3.000 crianças e adolescentes em 180 cruzamentos de bairros centrais da capital, sendo que 30% são da periferia ou da região metropolitana, 85% moram com a família e 96% vão à escola. Elas arrecadam cerca de R$ 20 por dia, mas a maioria tem aliciadores que ficam com 80%.
"Quando o motorista deixar de dar um trocado, ainda que seja pela compra de uma bala ou pela apresentação de malabares, as crianças irão buscar atendimento", diz o secretário. "Aí, poderemos incluir suas famílias em programas de renda e colocá-las em atividades educativas, como o programa pós-escola."
O pós-escola é uma ação da Secretaria Municipal da Educação que oferece atividades culturais e esportivas no período alternativo ao do colégio. Hoje, são 70 mil estudantes no programa e a orientação do secretário, José Aristodemo Pinotti, é para que as crianças de rua tenham prioridade nessas atividades. "Precisamos conquistá-las, fazer com que não tenham vontade de voltar para o farol e ajudar suas famílias a sobreviver sem o dinheiro que levavam."


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