São Paulo, domingo, 1 de novembro de 1998

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Escolas ensinam educação matrimonial

MARCELO DIEGO
de Nova York

Como enfrentar o dia-a-dia do casamento e evitar divórcios virou matéria escolar nos EUA.
Centenas de escolas em todo o país estão ministrando aulas de educação matrimonial, como atividade extracurricular.
Em janeiro, a Flórida passará a ser o primeiro Estado onde a educação para o casamento fará parte do programa oficial.
As aulas são ministradas duas vezes por semana, fora do horário normal das escolas.
Os professores são assistentes sociais e conselheiros de famílias.
As aulas são divididas em duas partes. Uma ensina educação sexual, métodos contraceptivos e finanças domésticas. Outra, discute o papel do homem e da mulher no casamento, as obrigações mútuas e como evitar brigas de casal.

Educação e religião
Por enquanto, estão sendo usados seis livros escritos por educadores para nortear o aprendizado.
Os livros podem ser substituídos, porque deixam de lado alguns valores familiares considerados importantes pelos professores, como a atividade religiosa.
"Os alunos aprendem o que é um casamento sólido, como ele é construído e o que fazer para ele não acabar. Daí, poderão se tornar melhores chefes de família que seus pais", diz Amitai Etzioni, um dos professores do programa.
As aulas estão sendo dadas principalmente em escolas de regiões que registram altos índices de violência doméstica e dissolução de casamento.
Em Nova York, colégios como o Martin Luther King High School adotam o programa.
"Meus pais se divorciaram quando eu tinha 2 anos. Estou fazendo o curso porque pretendo me casar, mas não quero acabar como eles", afirmou o estudante Marcus Wright, 18.
As aulas também geraram reação negativa. Alguns pais de alunos querem proibir a matéria por acreditar que estaria "doutrinando" seus filhos e que não há fórmulas para fazer com que um casamento funcione.



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