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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Empresário e sua mulher, que está internada, podem ter sido atacados em casa enquanto dormiam, segundo a polícia

Diretor da Shell é encontrado morto no Rio

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Entrada do condomínio Porto dos Cabritos, onde Todd Staheli foi achado morto; no detalhe, o casal, que está no Brasil há três meses


ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de Gás e Energia da Shell, Todd Staheli, 39, foi assassinado e a mulher dele, Michelle, 34, ficou gravemente ferida ao serem atacados, ontem, em casa, no condomínio de classe média alta Porto dos Cabritos, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, não havia sinal de arrombamento na casa e nada foi roubado.
Como também não havia marcas de sangue ou sinais de luta, a Polícia Civil descarta a hipótese de crime passional.
O filho de dez anos encontrou os pais por volta das 6h30, ao entrar no quarto atraído pelo despertador que não parava de tocar.
Michelle foi internada no hospital Copa D"Or com hemorragia na cabeça. Ela teve cortes profundos na região dos olhos e nariz. Ontem, seu estado era grave.
O casal, de nacionalidade norte-americana, mudou-se para o Brasil há apenas três meses, com os quatro filhos: três meninas -de 13, 5 e 3 anos- e o menino.
As crianças, que não têm parentes no Brasil, estão com amigos dos pais. A filha mais velha telefonou para um amigo da família, que também é funcionário da Shell e acionou a polícia, o Corpo de Bombeiros e a alta direção da empresa.
Segundo o delegado da 16ª DP, Marcus Henrique Alves, não foi encontrada nenhuma arma no local. As duas vítimas foram atingidas por um objeto cortante, mas que não seria uma faca nem uma tesoura. Pode ter sido uma machadinha.
O motorista do casal, que trabalha de segunda a sexta-feira, prestou depoimento ontem, sem acrescentar nada à investigação, de acordo com a polícia.
A empregada do casal, que trabalha no mesmo período, não foi encontrada pela polícia.
As crianças e os vizinhos nada ouviram. Os porteiros, que ficam na guarita do condomínio, disseram não ter visto nada anormal.

Homicídio consumado
Depois de concluída a perícia na casa, às 15h, o delegado afirmou que a única certeza que tinha, até aquele momento, era a de que houve um homicídio consumado e uma tentativa de homicídio.
Segundo ele, a casa estava em ordem, sem arrombamento, e jóias e outros objetos de valor continuavam no lugar.
Não havia sangue espalhado pelo quarto, o que pode indicar, segundo a polícia, que as vítimas tenham sofrido o ataque enquanto dormiam.
O presidente da Shell, Aldo Castelli, e vários executivos da empresa estiveram no condomínio. A direção soube do ocorrido por volta das 7h, e enviou seguranças e assessores para o local. A companhia, de origem anglo-holandesa, é uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país.


Colaborou Tatiana Schnoor, free-lance para a Folha


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