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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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Academia reúne histórias de vida

DA REPORTAGEM LOCAL

O que diferencia esta modesta academia do Jabaquara de outra qualquer é especialmente a história de vida de seus frequentadores. Todos tomam o coquetel de remédio anti-Aids, a maioria já tem no corpo as marcas dos efeitos colaterais das drogas e do HIV, outros estão evitando que esses sinais apareçam.
A pesquisadora de mercado M.N., 34, descobriu que tinha o HIV quando estava no quinto mês de gravidez. "Foi um choque, eu só pensava no bebê." O companheiro e pai da criança, com quem estava havia oito anos, fez o teste e deu negativo. Ela pegara o vírus de algum namorado anterior, talvez 15 anos antes. "Em lugar de me cobrar, ele me deu todo o apoio, quis casar no papel e ficou a meu lado o tempo todo." O filho nasceu sem o vírus.
Arnaldo Santos, 52, divorciado, sabe que tem o vírus há nove anos. Chegou a pesar 59 kg, mas hoje já está com 64 kg, "e muito mais fôlego e disposição" com os exercícios de aeróbica e musculação. Depois de nove meses, já é difícil notar o deslocamento de gorduras. A magreza da face, segundo ele, foi reduzida em 30%.
Paulo, 42, motorista de uma empresa, está há três meses na academia por causa do alto índice de colesterol e triglicérides no sangue, mesmo com uma uma dieta especial orientada pelo serviço que o acompanha no Hospital das Clínicas. Solteiro, ele descobriu que tinha o HIV em 1990, infectado por uma namorada.
Alto, forte, bem humorado e disposto, Paulo em nada lembra alguém que há quase década e meia convive com o vírus.
M.S.J., 39, descobriu que era portadora do HIV em 1996, quando já estava separada. Ela trabalha há 20 anos numa mesma casa de família que conhece sua história. Tem dois filhos adolescentes.



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