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Academia reúne histórias de vida
DA REPORTAGEM LOCAL
O que diferencia esta modesta
academia do Jabaquara de outra
qualquer é especialmente a história de vida de seus frequentadores. Todos tomam o coquetel de
remédio anti-Aids, a maioria já
tem no corpo as marcas dos efeitos colaterais das drogas e do
HIV, outros estão evitando que
esses sinais apareçam.
A pesquisadora de mercado
M.N., 34, descobriu que tinha o
HIV quando estava no quinto
mês de gravidez. "Foi um choque,
eu só pensava no bebê." O companheiro e pai da criança, com
quem estava havia oito anos, fez o
teste e deu negativo. Ela pegara o
vírus de algum namorado anterior, talvez 15 anos antes. "Em lugar de me cobrar, ele me deu todo
o apoio, quis casar no papel e ficou a meu lado o tempo todo." O
filho nasceu sem o vírus.
Arnaldo Santos, 52, divorciado,
sabe que tem o vírus há nove
anos. Chegou a pesar 59 kg, mas
hoje já está com 64 kg, "e muito
mais fôlego e disposição" com os
exercícios de aeróbica e musculação. Depois de nove meses, já é difícil notar o deslocamento de gorduras. A magreza da face, segundo ele, foi reduzida em 30%.
Paulo, 42, motorista de uma
empresa, está há três meses na
academia por causa do alto índice
de colesterol e triglicérides no
sangue, mesmo com uma uma
dieta especial orientada pelo serviço que o acompanha no Hospital das Clínicas. Solteiro, ele descobriu que tinha o HIV em 1990,
infectado por uma namorada.
Alto, forte, bem humorado e
disposto, Paulo em nada lembra
alguém que há quase década e
meia convive com o vírus.
M.S.J., 39, descobriu que era
portadora do HIV em 1996, quando já estava separada. Ela trabalha
há 20 anos numa mesma casa de
família que conhece sua história.
Tem dois filhos adolescentes.
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