São Paulo, quinta-feira, 01 de dezembro de 2005

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INFÂNCIA

Religioso foi flagrado em motel de São Luís com quatro adolescentes

Padre agora nega abuso de jovens

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O padre Félix Barbosa Carreiro, 43, negou em depoimento à Justiça ontem, em São Luís (MA), que tivesse mantido relacionamento sexual com adolescentes.
Ao ser flagrado por policiais civis no início de novembro com quatro adolescentes em um motel em São Luís, o padre Carreiro havia admitido que mantinha relações sexuais com os adolescentes, segundo informações da polícia e seu depoimento dado à imprensa. Ontem, ele mudou a versão.
No depoimento dado à Justiça, segundo a promotora Maria de Fátima Travassos Cordeiro, o padre disse que foi pressionado pelos jovens a ir com eles ao motel.
"Ele disse que foi lá [ao motel] só para conversar. Ele disse que os meninos, que ele chama de garotos de programa, faziam plantão na missa ou em frente à casa paroquial, e que ele se sentia chantageado, que eles o obrigavam a ir ao motel", disse a promotora.
"Ele negou tudo. Disse que só saia para passear com os adolescentes", afirmou o juiz José Joaquim Figueiredo dos Anjos, da 2ª Vara Criminal de São Luís, responsável pelo processo. Sobre a versão dada anteriormente, na hora do flagrante, o padre diz que estava embriagado. "O interrogatório é uma peça de defesa. É natural que ele negue os fatos", disse Cordeiro. Carreiro está preso preventivamente desde o dia 9 de novembro em um quartel da PM.
Na segunda, a promotora ofereceu denúncia contra Carreiro e contra Edson Correia Soares Filho, 19, que estava também no motel com o padre no momento do flagrante. Os dois foram denunciados por exploração sexual de adolescente.
Soares Filho também prestou depoimento ontem e negou que tivesse mantido relações com os adolescentes. O rapaz confirmou que já havia estado uma outra vez no motel com o padre e disse que Carreiro manteve relações sexuais com um dos adolescentes.
A reportagem não conseguiu falar com o advogado de Carreiro.
A Polícia Civil de Novo Lino (99 km de Maceió) abriu inquérito para investigar a acusação contra um padre da região, apontado por um jovem de abusar de garotos.


Colaborou a Redação

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