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ARQUITETURA
Projeto prevê troca de piso, construção de chafariz e retirada de estacionamento; templo realiza só 6 casamentos ao ano
Degradada, igreja do Belém anuncia reforma
DA REPORTAGEM LOCAL
Lustres de cristal, afrescos nas
paredes e uma média de 450 casamentos por ano -essa era a descrição da igreja São José do Belém, na zona leste de São Paulo, na
década de 60. Quarenta anos depois, porém, o templo vive uma
realidade bem diferente. Altares
foram destruídos, camadas e mais
camadas de tinta foram colocadas
sobre os afrescos e a parede lateral
da igreja foi transformada em banheiro público. Quem relata a degradação é o próprio padre da paróquia, Ivan Roberto Danhoni.
"Hoje, só fazemos seis casamentos por ano", conta ele.
Para resgatar os tempos áureos
do largo São José do Belém, foi firmada ontem uma parceria entre a
Subprefeitura da Mooca e a Oscip
(Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público) Museu a
Céu Aberto. O projeto de revitalização elaborado para o local inclui o restauro da igreja, a eliminação do estacionamento que hoje existe no largo, a construção de
um chafariz de oito metros de diâmetro e a instalação de uma estátua do santo homenageado, em
bronze, além de troca de piso, iluminação especial e paisagismo.
A obra deve custar cerca de R$ 1
milhão, afirma Luís Cesar Corazza, presidente da Oscip. A participação da prefeitura se faz por
meio da autorização para as obras
e na fiscalização do trabalho. "A
partir desse envolvimento com a
prefeitura, buscaremos patrocínio junto à iniciativa privada."
A entidade tem experiência nesse tipo de ação: conseguiu um patrocínio de R$ 2,2 milhões com o
Banco Real para a recuperação
das fontes e chafarizes no parque
da Independência (zona sul), que
voltaram a funcionar no ano passado, e participa do restauro da
fachada do edifício Itália (centro).
A reforma do largo São José do
Belém é uma demanda dos próprios fiéis, afirma o padre Danhoni. "Já levei à subprefeitura um calhamaço de abaixo-assinado pedindo a obra. Eles dizem que a
igreja que os avós deles construíram está indo para o chão", afirma. Segundo ele, a situação piorou nos últimos seis anos.
Segundo o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, o entorno do
largo tem sofrido um processo de
verticalização muito forte. "A área
da igreja foi tomada pela cidade.
Muitos prédios estão sendo feitos
ali, é nesse período que um trabalho de readequação se faz necessário."
(AMARÍLIS LAGE)
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