São Paulo, quinta-feira, 01 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARQUITETURA

Projeto prevê troca de piso, construção de chafariz e retirada de estacionamento; templo realiza só 6 casamentos ao ano

Degradada, igreja do Belém anuncia reforma

DA REPORTAGEM LOCAL

Lustres de cristal, afrescos nas paredes e uma média de 450 casamentos por ano -essa era a descrição da igreja São José do Belém, na zona leste de São Paulo, na década de 60. Quarenta anos depois, porém, o templo vive uma realidade bem diferente. Altares foram destruídos, camadas e mais camadas de tinta foram colocadas sobre os afrescos e a parede lateral da igreja foi transformada em banheiro público. Quem relata a degradação é o próprio padre da paróquia, Ivan Roberto Danhoni. "Hoje, só fazemos seis casamentos por ano", conta ele.
Para resgatar os tempos áureos do largo São José do Belém, foi firmada ontem uma parceria entre a Subprefeitura da Mooca e a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Museu a Céu Aberto. O projeto de revitalização elaborado para o local inclui o restauro da igreja, a eliminação do estacionamento que hoje existe no largo, a construção de um chafariz de oito metros de diâmetro e a instalação de uma estátua do santo homenageado, em bronze, além de troca de piso, iluminação especial e paisagismo.
A obra deve custar cerca de R$ 1 milhão, afirma Luís Cesar Corazza, presidente da Oscip. A participação da prefeitura se faz por meio da autorização para as obras e na fiscalização do trabalho. "A partir desse envolvimento com a prefeitura, buscaremos patrocínio junto à iniciativa privada."
A entidade tem experiência nesse tipo de ação: conseguiu um patrocínio de R$ 2,2 milhões com o Banco Real para a recuperação das fontes e chafarizes no parque da Independência (zona sul), que voltaram a funcionar no ano passado, e participa do restauro da fachada do edifício Itália (centro).
A reforma do largo São José do Belém é uma demanda dos próprios fiéis, afirma o padre Danhoni. "Já levei à subprefeitura um calhamaço de abaixo-assinado pedindo a obra. Eles dizem que a igreja que os avós deles construíram está indo para o chão", afirma. Segundo ele, a situação piorou nos últimos seis anos.
Segundo o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, o entorno do largo tem sofrido um processo de verticalização muito forte. "A área da igreja foi tomada pela cidade. Muitos prédios estão sendo feitos ali, é nesse período que um trabalho de readequação se faz necessário." (AMARÍLIS LAGE)


Texto Anterior: Infância: Padre agora nega abuso de jovens
Próximo Texto: Estrelas: Serra e Marta se encontram na abertura do planetário do Carmo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.