Redução de 30% também vale nas vésperas de feriado; objetivo é incentivar as pessoas a não usarem o carro ao sair para beber

Adesão de taxistas será voluntária; quem aceitar circulará com um adesivo, e o luminoso será verde, no lugar do habitual branco

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nas noites de sexta, sábado e vésperas de feriado, os táxis da cidade de São Paulo poderão dar desconto de 30% aos clientes. A medida faz parte do programa Táxi Amigão, da prefeitura, que quer incentivar as pessoas a não usarem o carro quando saírem para beber.
O desconto entrará em vigor nesta sexta. Ele valerá das 20h às 6h, horário em que é cobrada a bandeira dois. Com o desconto, a tarifa custará o mesmo que na bandeira um.
Como é voluntário, nem todos os táxis terão a tarifa reduzida -os que aderirem circularão com um adesivo e luminoso verde, em vez do branco. Até agora, a Secretaria Municipal de Transportes disse que 600 taxistas -de uma frota de 33.700 táxis- disseram que pretendem se inscrever.
A medida encontra resistência de parte dos taxistas, que acreditam que terão prejuízos. "Não vou aderir. A gasolina vai continuar no mesmo preço. Eu é que vou ter que ficar com o prejuízo?", diz Moacir Decaros, 45, taxista de um ponto na rua Maria Antônia (centro de SP).
O próprio Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), que tem 27 mil associados, é contrário à medida.
Mas a secretaria afirma que o prejuízo será compensado pelo aumento das corridas.
"Os que não aderiram vão perceber aos poucos que estão perdendo clientes e a chance de prestar um bom serviço", afirmou o secretário de Transportes, Alexandre de Moraes. José Domingos Lopes, 42, taxista há 19 anos, concorda. Ele foi o primeiro a se cadastrar. "O movimento vai aumentar. Ainda mais para quem não tem ponto fixo. Vamos ter que circular menos atrás dos clientes."
Lopes ganhou a opção de parar em um dos 40 novos pontos, onde só poderão parar táxis com o adesivo do programa.
Haverá ainda outras vantagens: prioridade no cadastro para trabalhar em eventos como Carnaval e Fórmula-1 e gratuidade para estacionar em áreas de Zona Azul aos sábados.

Lei Seca
O secretário municipal dos Transportes afirmou que a medida foi tomada porque a pasta percebeu que os clientes de bares não trocaram seus veículos pelos ônibus disponibilizados à noite depois da Lei Seca.
Uma pesquisa do Ibope encomendada pela prefeitura apontou que 49% das pessoas que saem à noite consomem bebidas alcoólicas e 24% dirigem depois. O levantamento mostrou que 56% das pessoas não usam táxis por acharem caro e que 53% delas usariam o serviço caso fosse mais barato.
A tarifa de táxi de SP, que não é reajustada há três anos, é uma das mais caras do país.