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Sindicato orienta taxista a não aderir à medida
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato de taxistas de São
Paulo é contrário à medida da
prefeitura que prevê descontos
nas corridas noturnas de sexta
e sábado, justamente quando
há maior movimento. A entidade está orientando seus associados a não aderirem ao programa e afirma que a política
poderá até causar desentendimentos entre os que aderirem e
os que ficarem de fora.
"Quem vai para a balada é
quem tem dinheiro e não precisa de desconto", afirma Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas
Autônomos de São Paulo).
O principal temor da entidade é o prejuízo para os taxistas.
"Nós estamos sem reajustes há
três anos, não temos como
aceitar esse rebaixamento nas
tarifas. É esdrúxulo", afirma.
O sindicato representa 80%
da categoria -são 27 mil associados entre os 33.700 taxistas
da cidade. "Só 600 aceitaram
até agora, é um número muito
pequeno. Eles vão se sentir desconfortáveis, porque os colegas
não vão aderir. Tenho até medo
de os taxistas começarem a brigar entre eles", diz.
Ricardo Auriemma, presidente da Adetax (Associação
das Empresas de Táxi de Frota
do município) também vê a
medida com restrições. Ele discorda do argumento da prefeitura de que o número de pessoas que trocarão o carro pelo
táxi vai aumentar -o que compensaria a redução da tarifa.
"Acho difícil a pessoa deixar o
conforto do seu próprio carro
para pegar um táxi. É uma
questão cultural. Se isso não
ocorrer, os taxistas que aderiram podem desistir."
Para ele, será necessário que
a prefeitura invista em propaganda para que a medida realmente funcione. "Vai ter que
divulgar em massa para as pessoas perceberem que custa
mais usar o carro."
A prefeitura diz que distribuirá material informativo do
programa em bares.
(TALITA BEDINELLI)
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