São Paulo, terça, 1 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO
Em 61% dos cursos avaliados, pelo menos 31% dos docentes têm pós-graduação; em 96, percentual era de 30%
Exigências melhoram nível de professor

da Sucursal de Brasília

O número de professores universitários com pós-graduação cresceu significativamente de 96 -quando foi realizado o primeiro provão- para este ano.
Em 96, apenas 30,2% dos cursos avaliados alcançaram nota A e B na titulação dos professores. Neste ano, a porcentagem de cursos com A e B pulou para 61,2%.
Para conseguir nota B na titulação, pelo menos 31% do corpo docente tem de ter mestrado ou doutorado. Para conseguir A, mais de 50% dos professores precisam ser mestres ou doutores.
Na avaliação de Maria Helena Guimarães, presidente do Inep, a melhora na qualificação do corpo docente é resultado "quase exclusivo" do provão.
As universidades se esforçaram para melhorar a qualificação dos professores porque, além de dar nota para o desempenho do aluno, o provão também avalia a titulação do corpo docente e o regime de trabalho (quantas horas semanais eles dedicam ao curso).
"Com o provão, as instituições estão contratando professores mais qualificados, com mestrado e doutorado, porque sabem que se trata de um quesito indispensável para melhorar a qualidade do ensino", afirmou Maria Helena.
Para o ministro Paulo Renato Souza, o aumento no número de professores com pós-graduação é uma ótima notícia, mas "ainda há muito o que melhorar".
Um dos sinais de que a qualificação do corpo docente ainda precisa melhorar é o número de cursos que ficaram com notas D e E na titulação dos professores
O curso recebe D quando tem apenas entre 11% e 20% dos professores com pós-graduação. Só levam E os cursos em que menos de 10% dos docentes têm mestrado ou doutorado. Em 96, 36,7% dos cursos avaliados receberam D e E na titulação dos professores. A porcentagem caiu neste ano, mas ainda é alta: 23%.
As universidades públicas municipais são as que concentram a maior parte dos cursos com professores sem pós-graduação: 35,1% do total. As universidades estaduais também ainda têm professores sem mestrado e doutorado em 30,5% dos cursos.
Apesar de terem a maior parte de professores sem pós-graduação, as municipais foram as que mais melhoraram. O percentual de cursos que receberam A e B subiu de 15,2% em 96 para 43,3%.
A titulação dos professores das instituições privadas também melhorou. Em 96, apenas 24,1% dos cursos das particulares tinham pelo menos 31% dos professores com pós-graduação. Neste ano, o percentual subiu para 48,7%.
Nas instituições federais, 72,9% dos cursos avaliados neste ano receberam notas A e B. Em 96, 50% dos cursos receberam essas notas. (DF)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.