Cerca de 1.500 pessoas participaram de confronto com a Polícia Militar

O tumulto teve início por volta da 1h10 quando um grupo de pessoas, na festa de Ano-Novo, começou a impedir o tráfego de carros

DA REPORTAGEM LOCAL

DO AGORA

Aproximadamente 1.500 pessoas participaram de um tumulto que acabou em saques, depredações e confronto com a polícia após a festa de Ano-Novo na madrugada de ontem em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo a Polícia Militar, 13 pessoas foram detidas e seis ficaram feridas. A confusão provocou pânico entre turistas e moradores que foram ao local comemorar a virada do ano.
O tumulto teve início por volta da 1h10, na rua Nicarágua. O local, que fica na frente de dois quiosques -35 e 36-, é conhecido como ponto de encontro entre jovens que param carros com som alto nas noites da temporada. Segundo a Polícia Civil, a PM foi avisada por moradores por causa do alto barulho no local e chegou para intervir. Também havia denúncias, ainda segundo a polícia, de que os jovens haviam bloqueado a passagem de carros.
A Polícia Militar tentou dispersar o grupo. Segundo a polícia, diversas pessoas atacaram os PMs atirando garrafas de vidro e depois passaram a depredar pontos de ônibus, estabelecimentos comerciais e equipamentos públicos. Houve confronto com a polícia.

Cacos de vidro
A zeladora de um prédio na rua Nicarágua, Dirce Aparecida dos Santos, 54, disse que a quantidade de garrafas jogadas era tanta que a rua ficou coberta por um "tapete de cacos de vidro".
Durante a confusão, turistas e moradores, assustados, correram para a praia, prédios e comércios para tentar fugir do confronto. "Era uma chuva de caco de vidro", disse a psicóloga Rosângela Brichiezi, 45, que foi passar as férias na praia e estava apavorada com o que viu. Segundo ela, os manifestantes fizeram uma barricada contra os policiais, que revidavam com bombas de efeito moral.
O grupo destruiu transformadores de energia e, assim, cortaram o fornecimento de luz para a região.
Os policiais receberam reforço da Força Tática e de unidades próximas.
Os manifestantes se dividiram em duas frentes: uma na rua Nicarágua e outra formada por um grupo que desceu a avenida Castelo Branco para outra praia. Eles fizeram barricadas, danificaram fachadas de prédios e, segundo testemunhas, teriam saqueado uma padaria. A PM não confirmou o saque.
Os carros que estavam estacionados na rua foram apedrejados, amassados e tiveram os vidros quebrados.
O tumulto só foi controlado por volta das 5h, cerca de quatro horas depois de seu início. Segundo a PM, três policiais militares e três pessoas envolvidas no tumulto se feriram levemente, foram medicados e depois liberados.
Durante o tumulto, 13 pessoas foram detidas pelos PMs e levadas para o 1º Distrito Policial de Praia Grande por crime contra o patrimônio público.
Segundo a PM, todos os detidos eram turistas e nenhum tinha passagens pela polícia. Segundo a Polícia Civil entre os detidos havia dois adolescentes. Todos negaram a participação nos atos violentos, alegaram que estavam apenas no meio do tumulto e acabaram sendo liberados. Segundo o delegado Erison Duarte dos Santos, não há provas contra eles. A polícia vai usar imagens das câmeras de rua para tentar identificar os vândalos.
A PM informou, por meio de uma nota, que um grupo de pessoas "mal-intencionadas iniciou a desordem na região da rua Nicarágua, próximo à praia". Segundo a corporação, "o tumulto ocorrido foi um fato isolado, uma vez que havia milhares de pessoas em toda orla e 100% do efetivo policial militar empregado na cidade de Praia Grande estava de serviço".


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