São Paulo, sexta-feira, 02 de fevereiro de 2001

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LEGISLATIVO

Cargo é disputado por quatro vereadores, de três grupos internos; ontem, partido foi o único a não anunciar líder

Escolha de líder do PT "racha" bancada

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A escolha do novo líder do PT na Câmara Municipal de São Paulo gerou um crise entre os seus 16 vereadores, que formam a maior bancada do Poder Legislativo. O cargo é disputado por quatro vereadores (25% da bancada), de três grupos internos.
Na primeira sessão da nova legislatura, ontem à tarde, o PT foi o único partido a não anunciar o seu líder. O vereador Devanir Ribeiro assumiu como líder provisório só durante a sessão.
A bancada se reuniu anteontem e ontem, mas não chegou a um consenso e marcou novo encontro para a próxima terça-feira.
Nos últimos dois anos, com bancada menor e na oposição, o PT não encontrou problema para escolher o seu líder na Câmara Municipal. Os nomes foram decididos por unanimidade.
"É mais fácil e dá maior projeção ser líder de bancada agora, na situação e com maioria na Câmara, do que antes, quando o PT era oposição e minoria", disse um vereador petista, que não quis se identificar.
A liderança da bancada petista é disputada por Ítalo Cardoso e Arselino Tatto, pertencentes ao grupo do vereador José Mentor, escolhido como o líder de governo de Marta Suplicy (PT) na Câmara.
Carlos Neder, próximo do presidente da Câmara e atual líder da bancada, José Eduardo Cardozo, também é um dos nomes cogitados para a função.
Como Mentor foi escolhido para representar o governo na Câmara, a liderança da bancada poderia ficar com o grupo do Cardozo para evitar o acirramento da disputa interna, mas um terceiro grupo entrou no páreo e complicou ainda mais a decisão.
Os vereadores novos da bancada petista defendem a escolha do novato Nabil Bonduki para a função. Vereadores antigos afirmam, sem se identificar, que um vereador que entrou agora não teria condições de assumir o cargo imediatamente.
Cardozo, que acumula a presidência da Câmara e a liderança do PT, negou a crise. "Que bom que existem vários candidatos, mostra que não há inércia. Pior se não tivesse nenhum."
Os problemas na bancada começaram antes do processo de escolha do líder. Os cortes de salários nos gabinetes anunciados pela Mesa Diretora provocaram resistência na própria bancada. Oficialmente, vereadores falaram que não estavam sendo ouvidos pela Mesa.

PPB
Apesar de ter anunciado o seu líder, a bancada do PPB apresenta resistências a Erasmo Dias. Isso porque ele teria sido, segundo pepebistas, uma imposição do ex-prefeito Paulo Maluf.
O assessor de Maluf, Adilson Laranjeira, disse que não vê problemas na indicação de Dias, já que o ex-prefeito é uma liderança nacional do PPB, mas que teria que consultar Maluf, que estava fora do país.


Colaborou o "Agora São Paulo"


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