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Queixas contra lixo disparam em janeiro
Foram 3.751 ligações para a prefeitura em janeiro, contra 1.561 em dezembro, com críticas à limpeza pública na cidade
Número é equivalente às reclamações do 1º semestre de 2006; gestão Kassab diz estudar romper os contratos com as empresas de varrição
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As reclamações sobre limpeza pública dispararam em janeiro em São Paulo.
O serviço de atendimento da
prefeitura, pelo telefone 156,
recebeu, até o dia 25, 3.751 ligações com reclamações e pedidos de serviço nas áreas de varrição e limpeza das ruas e de coleta de lixo -aumento de 140%
em relação a dezembro.
O número é equivalente às
reclamações de todo o primeiro
semestre do ano passado.
As empresas que cuidam da
varrição das ruas começaram a
trabalhar em novembro, após
vencerem uma concorrência
pública aberta pela prefeitura.
Foi exatamente em novembro que o número de reclamações começou a disparar: 1.349
ligações para o 156 contra 542
de outubro. Em dezembro, o
total de ligações foi de 1.561.
Essas reclamações derrubaram o secretário de Serviços,
Antonio Marsiglia Neto. Em 14
de dezembro, um dia após a Folha apontar o crescimento da
insatisfação da população, o
prefeito Gilberto Kassab (PFL)
trocou Marsiglia pelo deputado
federal Dimas Ramalho (PPS).
A prefeitura diz que a situação melhorou desde janeiro,
com a troca dos secretários,
apesar dos números do serviço
de atendimento ao munícipe.
"No centro, quando você sai
de casa, até o sapato volta da cor
do lixo", disse a dona-de-casa
Eurides Oliveira da Silva.
O estudante Thiago Ferreira,
morador de Pinheiros, diz que
as ruas no bairro têm sido varridas só uma vez por semana.
"Fica sujo quase a semana inteira e os bueiros entopem
quando chove", disse Ferreira.
A prefeitura estuda várias alternativas para resolver o problema. Atualmente, a alternativa que mais agrada à cúpula do
governo é o rompimento dos
contratos com as empresas de
varrição das ruas.
As empresas que fazem o serviço são, em sua maioria, pequenas. A prefeitura avalia que
elas não têm condições de cumprir o contrato.
Uma decisão já foi tomada:
nenhum dos cinco contratos
será renovado em outubro. O
que se discute agora é, primeiro, se haverá algum rompimento antes desse prazo. E, depois,
quem prestará o serviço a partir de novembro. Quanto a isso
ainda não há decisão.
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