São Paulo, sábado, 02 de fevereiro de 2008

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Escolas exibem talentos mirins em desfile no Rio

17 agremiações abriram o Carnaval na Sapucaí

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Como grandes times de futebol, as escolas de samba do Rio criam bambas em casa: no final da tarde de ontem, 17 escolas-mirins abriram o Carnaval no Rio. Elas não concorrem pelo campeonato, mas alguns quesitos, como mestre-sala e porta-bandeira, são disputados.
Só de desfilarem completas, porém, com pelo menos mil componentes, algumas escolas-mirins já se sentem vencedoras. A Império do Amanhã, a primeira "cria" de uma grande escola, a Império Serrano, faz 25 anos neste ano com dificuldades para sair na avenida.
"Antes, a prefeitura e o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] ajudavam. Hoje, ninguém mais apóia", diz Arandi Cardoso dos Santos, o Careca, presidente e criador da escolinha, apesar de afirmar ter recebido R$ 26 mil da prefeitura para falar de D. João 6º.
A preocupação social com o futuro dos jovens das comunidades está no discurso de todos os dirigentes, que, embora tentem não excluir ninguém, sabem que têm de selecionar apenas quem apresenta algum talento. Para Santos, o destaque da escolinha é o mestre de bateria mirim, Júlio César, 11, considerado uma "atração à parte".
Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija Flor há 13 anos, começou na Império do Amanhã como passista. Hoje, ela coordena a ala mirim de porta-bandeiras da Beija Flor.
"É um tipo de encantamento. A escola se encanta por uma criança, e se ela toca bem, continua", explica Douglas Botelho, mestre da bateria-mirim da Beija Flor.
A Mangueira do Amanhã, que homenageou o centenário de Cartola, criador da Mangueira, é uma das mirins antigas. Aos 21 anos, a escola tem 2.800 jovens no projeto.
A presidente da escolinha, Cici, aposta no futuro do mestre-sala e da porta-bandeira Maicon Flores, 13, e Carla Tamires Silva, 14, que desfilarão no domingo na escola de samba Estação Primeira.
"É uma preparação mesmo. Os ritmistas, principalmente, vão para a "escola-mãe'", diz Luciano Ferreira, 29, diretor da Herdeiros da Vila, que vê um diferencial no puxador-mirim Tinguinha, 12, filho de Tinga, puxador da Vila Isabel.
Aos 20 anos, a escola-mirim desfila com 1.100 componentes, que têm de cinco a 18 anos.
E a disciplina é rígida: criança que não passa de ano na escola, fica de fora no Carnaval.


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