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Escolas exibem talentos mirins em desfile no Rio
17 agremiações abriram o Carnaval na Sapucaí
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Como grandes times de futebol, as escolas de samba do Rio
criam bambas em casa: no final
da tarde de ontem, 17 escolas-mirins abriram o Carnaval no
Rio. Elas não concorrem pelo
campeonato, mas alguns quesitos, como mestre-sala e porta-bandeira, são disputados.
Só de desfilarem completas,
porém, com pelo menos mil
componentes, algumas escolas-mirins já se sentem vencedoras. A Império do Amanhã, a
primeira "cria" de uma grande
escola, a Império Serrano, faz
25 anos neste ano com dificuldades para sair na avenida.
"Antes, a prefeitura e o BID
[Banco Interamericano de Desenvolvimento] ajudavam. Hoje, ninguém mais apóia", diz
Arandi Cardoso dos Santos, o
Careca, presidente e criador da
escolinha, apesar de afirmar ter
recebido R$ 26 mil da prefeitura para falar de D. João 6º.
A preocupação social com o
futuro dos jovens das comunidades está no discurso de todos
os dirigentes, que, embora tentem não excluir ninguém, sabem que têm de selecionar apenas quem apresenta algum talento. Para Santos, o destaque
da escolinha é o mestre de bateria mirim, Júlio César, 11, considerado uma "atração à parte".
Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija Flor há 13 anos,
começou na Império do Amanhã como passista. Hoje, ela
coordena a ala mirim de porta-bandeiras da Beija Flor.
"É um tipo de encantamento.
A escola se encanta por uma
criança, e se ela toca bem, continua", explica Douglas Botelho, mestre da bateria-mirim
da Beija Flor.
A Mangueira do Amanhã,
que homenageou o centenário
de Cartola, criador da Mangueira, é uma das mirins antigas. Aos 21 anos, a escola tem
2.800 jovens no projeto.
A presidente da escolinha,
Cici, aposta no futuro do mestre-sala e da porta-bandeira
Maicon Flores, 13, e Carla Tamires Silva, 14, que desfilarão
no domingo na escola de samba
Estação Primeira.
"É uma preparação mesmo.
Os ritmistas, principalmente,
vão para a "escola-mãe'", diz
Luciano Ferreira, 29, diretor da
Herdeiros da Vila, que vê um
diferencial no puxador-mirim
Tinguinha, 12, filho de Tinga,
puxador da Vila Isabel.
Aos 20 anos, a escola-mirim
desfila com 1.100 componentes, que têm de cinco a 18 anos.
E a disciplina é rígida: criança
que não passa de ano na escola,
fica de fora no Carnaval.
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