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Empresa é fechada por falta de licença
GABRIELA ATHIAS
da Reportagem Local
A Vigilância Sanitária de São
Paulo fechou ontem o laboratório
Gilton do Brasil Indústria Química e Farmacêutica Ltda. A empresa estava com a licença de funcionamento vencida desde 1997.
Além disso, suas instalações foram consideradas inadequadas.
O diretor da Vigilância, Paulo
Nakano, diz que as paredes do
prédio estão cheias de infiltração.
A entrada de água é mais frequente no local onde era feita a pesagem da matéria-prima usada nos
remédios e na sala destinada à
produção de cápsulas.
As denúncias contra o laboratório partiram de dois consumidores que desconfiaram da autenticidade do Tyll, remédio indicado
para obesidade. Até as 17 horas, a
Vigilância ainda não tinha certeza
da procedência do remédio. "Os
registros do produto não estavam
no laboratório", diz Nakano.
Para o diretor da Vigilância, a
bula do Tyll é "estranha". O remédio é indicado para obesidade,
degeneração gordurosa e celulite.
A bula garante que o medicamento não tem efeitos colaterais por
ser produzido à base de ervas.
O Gilton também produz o
Luftgaz (para gases), o Urubac
Septim (sulfa para combater a infecção das vias urinárias) e o Ginseng (complemento alimentar).
"Um laboratório não pode funcionar em uma casa naquelas
condições", diz Nakano. Segundo
ele, em 1997, o laboratório informou ao órgão que fecharia para
reforma e terceirizaria sua produção. "O prédio continua exatamente como estava", diz Nakano.
"E para completar eles nunca terceirizaram nada", afirma.
Os remédios continuariam sendo produzidos em condições consideradas sem higiene.
Para continuar a funcionar, a
empresa precisaria de nova licença, mas o documento, de 1997,
não foi renovado.
A equipe da Vigilância chegou
ao laboratório às 10 horas e aguardou durante quatro horas a chegada de um representante da empresa. Apenas um homem, identificado como Paulo, apresentou-se como funcionário. A Folha não
localizou ninguém para falar em
nome da empresa.
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