São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2000


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CHUVAS
Desmoronamento no Jardim Capelinha é o terceiro no Campo Limpo; homem morreu enquanto dormia
Novo deslizamento mata mais um

GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

Uma pessoa morreu soterrada na madrugada de ontem e outras duas tiveram ferimentos leves após o desmoronamento de um morro na favela do Jardim Capelinha, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
Foi o terceiro deslizamento em área de risco com vítimas fatais na região do Campo Limpo.
Em dois dias consecutivos de chuvas fortes em São Paulo, 14 pessoas morreram.
O caso de ontem elevou para 42 o número de mortos no Estado em consequência das chuvas desde o início do ano.
O total de vítimas fatais deste ano já supera o número registrado durante todo o período de chuvas de 99 (37 casos até abril).
As chuvas voltaram a atingir São Paulo na tarde de ontem pelo terceiro dia consecutivo, mas com menor intensidade. Mesmo assim, foram registrados três desabamentos de residências e um desabamento de barracos no Jardim Ipanema, em Pirituba, zona noroeste.
Não houve vítimas em nenhuma ocorrência e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou apenas dois pontos de inundação em vias e avenidas de São Paulo.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) informou que a chuva durou cerca de três horas (das 15h às 18h). As zonas oeste e norte da cidade foram as mais atingidas pelas chuvas de ontem.

Soterramento
O deslizamento de ontem ocorreu por volta das 3h25. Um morro com 15 metros de altura desmoronou e destruiu seis barracos. O serralheiro Germano Salustiano de Lima, 37, morreu enquanto dormia.
O administrador regional do Campo Limpo, Antonio Carlos Ganem, afirmou que o desmoronamento foi provocado por cortes irregulares na encosta realizados por moradores para a construção de barracos.
Segundo Ganem, a área da favela do Jardim Capelinha está interditada desde 95 por causa dos riscos de inundação e desabamentos. Ele diz que a área, que tem mais de cem barracos, está em processo de reintegração de posse. Ganem diz que as famílias já foram notificadas, mas se recusam a deixar a área.
Quinze barracos foram interditados ontem e deveriam ser derrubados pela Defesa Civil.
As seis famílias que tiveram as casas soterradas perderam praticamente tudo. Elas deveriam ir para alojamentos provisórios montados em um campo de futebol no Jardim Mitsutani.
Na última segunda-feira, a região do Campo Limpo teve dois desabamentos em áreas de risco. Doze pessoas morreram soterradas no morro da Lua. Um soterramento no Parque do Lago, próximo da represa Guarapiranga, causou a morte de outra pessoa.


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