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CHUVAS
Desmoronamento no Jardim Capelinha é o terceiro no Campo Limpo; homem morreu enquanto dormia
Novo deslizamento mata mais um
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
Uma pessoa morreu soterrada
na madrugada de ontem e outras
duas tiveram ferimentos leves
após o desmoronamento de um
morro na favela do Jardim Capelinha, no Campo Limpo, zona sul
de São Paulo.
Foi o terceiro deslizamento em
área de risco com vítimas fatais na
região do Campo Limpo.
Em dois dias consecutivos de
chuvas fortes em São Paulo, 14
pessoas morreram.
O caso de ontem elevou para 42
o número de mortos no Estado
em consequência das chuvas desde o início do ano.
O total de vítimas fatais deste
ano já supera o número registrado durante todo o período de
chuvas de 99 (37 casos até abril).
As chuvas voltaram a atingir
São Paulo na tarde de ontem pelo
terceiro dia consecutivo, mas com
menor intensidade. Mesmo assim, foram registrados três desabamentos de residências e um desabamento de barracos no Jardim
Ipanema, em Pirituba, zona noroeste.
Não houve vítimas em nenhuma ocorrência e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
registrou apenas dois pontos de
inundação em vias e avenidas de
São Paulo.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) informou que a chuva durou cerca de
três horas (das 15h às 18h). As zonas oeste e norte da cidade foram
as mais atingidas pelas chuvas de
ontem.
Soterramento
O deslizamento de ontem ocorreu por volta das 3h25. Um morro
com 15 metros de altura desmoronou e destruiu seis barracos. O
serralheiro Germano Salustiano
de Lima, 37, morreu enquanto
dormia.
O administrador regional do
Campo Limpo, Antonio Carlos
Ganem, afirmou que o desmoronamento foi provocado por cortes irregulares na encosta realizados por moradores para a construção de barracos.
Segundo Ganem, a área da favela do Jardim Capelinha está interditada desde 95 por causa dos riscos de inundação e desabamentos. Ele diz que a área, que tem
mais de cem barracos, está em
processo de reintegração de posse. Ganem diz que as famílias já
foram notificadas, mas se recusam a deixar a área.
Quinze barracos foram interditados ontem e deveriam ser derrubados pela Defesa Civil.
As seis famílias que tiveram as
casas soterradas perderam praticamente tudo. Elas deveriam ir
para alojamentos provisórios
montados em um campo de futebol no Jardim Mitsutani.
Na última segunda-feira, a região do Campo Limpo teve dois
desabamentos em áreas de risco.
Doze pessoas morreram soterradas no morro da Lua. Um soterramento no Parque do Lago, próximo da represa Guarapiranga,
causou a morte de outra pessoa.
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