UOL


São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Águia inova ao mesclar bateria e violino

Além de músicos eruditos, escola mostra artes marciais; Barroca e Tucuruvi apostam na comissão de frente

DA REPORTAGEM LOCAL

A Águia de Ouro foi a escola que trouxe mais inovações ao Carnaval de São Paulo neste ano.
Com o enredo "Quem Tem Olho Grande Já Entra na China", a agremiação da zona oeste fez questão de desfilar a caráter: com cerca de 40 integrantes chineses ou brasileiros naturalizados, de um total de 3.200, e uma seção com demonstrações de festas e danças típicas e artes marciais.
A primeira novidade já foi "ouvida" na bateria do mestre Juca, acompanhada por nove músicos eruditos, entre violinistas e violonistas de diversas orquestras, inclusive da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).
As cordas foram colocadas para ressaltar a melodia, e o arranjo do samba, que incluiu solos, foi criado pelo regente Lino de Almeida.
Na avenida, a Águia colocou 16 chinesas fazendo evoluções com leques, dragões do Ano Novo chinês e, com a ajuda dos integrantes da Federação Paulista de Kung Fu, "coreografias" com bandeiras, golpes, acrobacias e espadas. A escola contou ainda com uma ala composta somente de idosos.
Na Vai-Vai, chamou a atenção do público uma ala dedicada aos deficientes físicos. A escola, que tinha por tema o cavalo, fez das cadeiras de rodas charretes puxadas por animais cenográficos.
Na Unidos de Vila Maria também houve destaque para crianças portadoras de deficiência e, na Barroca Zona Sul, um ritmista cego, tocando cuíca amparado por um guia, disputava os flashes com as rainhas da bateria -a personal trainer Solange Frazão e a ex-miss Brasil Joseane de Oliveira.
A exemplo do que já acontece no Rio de Janeiro, as escolas paulistas começam a investir nas comissões de frente para causar uma boa primeira impressão. Além das mulheres na abertura da Barroca Zona Sul, a Acadêmicos do Tucuruvi mostrou uma comissão com acrobatas -obra do carnavalesco Marco Aurélio Ruffin, que já havia inovado em 2001, na Leandro de Itaquera.


Texto Anterior: "Mano, hoje queria virar uma bateria"
Próximo Texto: Difícil mesmo é namorar a rainha da bateria e não morrer de ciúme
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.