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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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"Mano, hoje queria virar uma bateria"

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

Empurrar carro alegórico por toda a avenida. Difícil.
Sambar no alto do carro sem perder o equilíbrio. Muito difícil.
Usar fantasia pesada em pleno verão. Dificílimo.
No Carnaval, entretanto, não há nada mais penoso do que namorar a rainha da bateria. É, pelo menos, o que Alexandre de Alcantara Machado, 22, parecia sentir ontem de madrugada.
O estudante de publicidade não tirava o olho de Bruna Ancheschi -a jovem de biquíni prateado que, no sambódromo paulistano, ora posava para os fotógrafos, ora se deixava elogiar por fãs cheios de mãos. "Tenho ciúme, sim. Um pouco", confessou o rapaz. "Mas não a reprimo. Ela adora a festa e está linda..."
Mal completou a frase, notou que o ex-jogador Raí rodeava a moça. Beijinhos, abraços, Bruna tratou logo de colocar os pingos nos is. "Ô, Raí, aquele é o Alexandre. Meu namorado."
Descendente de italianos, patinadora artística e primeiranista de jornalismo, Bruna, 18, sai pela Rosas de Ouro desde 97. Tornou-se rainha da bateria em 99 e não abandonou mais o posto. À medida que ganha idade, vê o biquíni diminuir. "Nunca botei um tão pequeno. Ficou charmoso, né?"
Durante o desfile, Alexandre se mantém sempre próximo de Bruna. "Sou o que, nas escolas, a turma chama de apoio." Em outras palavras: atua como uma espécie de segurança particular, impedindo a aproximação de desavisados.
Não consegue, porém, evitar os gracejos. "Mano", suspirava o atendente de estacionamento Cláudio Pereira da Silva, "te juro: hoje queria virar uma bateria. Só para que a rainha ali passasse a noite batendo na minha pessoa."


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