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Projeto é inspirado em Barcelona
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto apresentado pela associação Viva o Centro ao prefeito
José Serra (PSDB), ainda durante
a campanha, prevê uma reformulação do Vale do Anhangabaú,
inspirado nas ramblas de Barcelona, onde o calçadão é localizado
entre vias abertas a veículos.
No largo Paissandu, seriam
abertas duas vias paralelas, cada
uma com 7 m de largura. No meio
haveria um calçadão de 8 m de
largura, pelo qual o pedestre atravessaria o vale do Anhangabaú e
chegar à Líbero Badaró.
Embora o vale continuasse majoritariamente destinado a pedestres, algumas vias seriam abertas
no local. Para atravessá-las, porém, o pedestre não precisaria de
faixas ou semáforos, pois o projeto prevê pequenas passagens de
nível, de modo que os carros passassem sob o cruzamento.
A avaliação da associação é que
a mudança ajudaria a revitalizar a
região, aumentando a mobilidade
dos usuários. A previsão é que a
obra possa ser feita em quatro
meses, com custos de aproximadamente R$ 12 milhões.
Segundo Marco Antonio Ramos de Almeida, o projeto foi
apresentado apenas a Marta Suplicy (PT) durante a campanha
passada, além de Serra. A questão
dos calçadões já havia sido apresentada a Marta no início de sua
gestão, mas em outro formato.
Segundo ele, a entidade fez, no
mandato de Celso Pitta, um estudo de nove meses sobre os calçadões do centro da cidade. O trabalho gerou um documento no qual
eram feitas aproximadamente 60
sugestões -a principal, diz Almeida, era que todos os calçadões
deveriam ter um leito carroçável,
para disciplinar a passagem de
carros de serviço (Eletropaulo,
Corpo de Bombeiros, bancos etc),
que já circulam na região.
Esse estudo foi apresentado a
Marta Suplicy no início de sua
gestão. Entretanto, ressalta o presidente da Viva o Centro, o trabalho não era acompanhado de um
projeto urbanístico fechado.
"Nós sugeríamos que a prefeitura fizesse uma revisão dos calçadões e dávamos algumas recomendações." Segundo ele, a idéia
era ver que vias poderiam deixar
de ser calçadões e descobrir outras, em que passa carro, que devam ser fechada para pedestres.
Ele diz, porém, não ter recebido
resposta da prefeitura e não saber
se o estudo da CET foi feito com
base no documento do órgão.
Almeida afirma que as conclusões da CET não são suficientes
para descartar a possibilidade de
abrir os calçadões. "Os atropelamentos que eles citam só ocorreram porque hoje os calçadões têm
um trânsito indisciplinado, o que
reforça a nossa proposta de que
todos deveriam ter um leito carroçável, para que o pedestre ao
menos soubesse onde o carro da
polícia, por exemplo, vai passar
numa emergência."
Quanto à pouca disponibilidade
de vagas, ele diz que isso não deve
ser motivo para impedir a circulação de veículos. "Podemos ter ali
um trânsito de passagem. Os táxis, por exemplo, deixam a pessoa
no endereço e vão embora."
A oferta de transporte público
não resolve o problema da acessibilidade, diz Almeida, porque há
pessoas que dependem do carro.
"O alto executivo de uma empresa não vai vir para cá de ônibus.
Então precisamos dar a ele a opção de vir de carro e, aos funcionários, de usar o transporte público. Isso é melhor para a cidade do
que deixar a empresa ir para a região da Berrini, onde tanto o executivo como os funcionários só
poderão ir de carro."
O subprefeito da Sé, Andrea
Matarazzo, disse, por meio de sua
assessoria, que a prefeitura não
concluiu o estudo que avalia a
possibilidade de abrir calçadões
do centro ao trânsito de veículos.
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