|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bingo Circus usa segurança clandestina
Policiais civis que participam da investigação confirmam que casa contrata PMs e guardas-civis em horário de folga
Segundo a PF, o bingo não pode contratar seguranças "avulsos" armados para fazer a proteção da empresa e de seus clientes
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os seguranças que trabalham para o bingo Circus Club,
que, segundo testemunhas,
participaram do tiroteio anteontem em Moema, trabalham de maneira ilegal. Policiais civis, que participam da
investigação do caso, confirmaram à Folha que o bingo contrata policiais militares e guardas-civis em horário de folga -o
que é proibido pelo regulamento das duas corporações.
Outra irregularidade foi
apontada pela Polícia Federal,
órgão responsável pelo registro
das empresas de segurança. Segundo a PF, o bingo não pode
contratar seguranças "avulsos"
armados para fazer a proteção
da empresa e de seus clientes.
Para isso, a casa precisaria
contratar uma empresa legalizada -com registro na PF- ou
criar um corpo próprio de seguranças, mas seguindo critérios
rigorosos para aprovação de
funcionamento -como treinamentos de capacitação.
A polícia investiga se o guarda-civil que deu o primeiro tiro
durante o assalto a banco em
Moema trabalhava como segurança do bingo.
Em depoimento à Polícia Civil, o guarda -que não teve o
nome divulgado- confirmou
ter iniciado a troca de tiros, alegando legítima defesa, mas negou ser funcionário do bingo.
Ainda segundo a Folha apurou, trabalham na segurança da
casa de jogos entre seis e oito
pessoas por turno de trabalho.
Todos seriam policiais militares e guarda municipais.
O regulamento interno das
duas corporações não permite
aos seus funcionários o trabalho de segurança particular, o
chamado "bico". São previstas
punições caso seja comprovado
esse tipo de trabalho.
O major Jorge Peixoto Frisene, 52, comandante do 12º batalhão, responsável pela área de
Moema, disse não ter informações sobre o trabalho de policiais na segurança da casa de jogos nem se a equipe de segurança trabalha ilegalmente.
Ainda segundo a PF, não há
registro de autorização de funcionamento em nome da Circus Club, mas ele pode estar na
razão social da empresa. Às
18h30 de ontem, essa verificação não foi possível porque o
departamento já estava fechado, segunda a polícia. O bingo
divulgou nota sobre o tiroteio,
mas não se manifestou sobre as
irregularidades apontadas.
Colaboraram ANDRÉ CARAMANTE e KLEBER
TOMAZ, da Reportagem Local
Texto Anterior: Serra e Kassab criticam atitude de guarda-civil Próximo Texto: Empresa não comenta irregularidade Índice
|