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Divergência atrasa votação sobre segurança
Propostas apresentadas por governadores são alvo de debate; Congresso tenta finalizar cronograma para votar pacote
O governador José Serra afirmou que medidas levadas já estavam em trâmite e podem ser realizadas em curto prazo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A falta de consenso em relação às propostas para a segurança feitas pelos governadores
do Sudeste já atrasa o andamento das medidas no Congresso. Ainda assim, Câmara e
Senado devem finalizar na próxima semana o cronograma de
votações do pacote de segurança surgido após o assassinato
do garoto João Hélio.
O tema voltou a ganhar fôlego anteontem com a visita ao
Congresso dos quatro governadores do Sudeste. Eles sugeriram 13 alterações na lei, a maioria com o intuito de endurecer
a punição contra criminosos.
As propostas deles estão contempladas em uma série de
projetos de lei que tramitam na
Câmara e no Senado e que devem ser acelerados agora, apesar das divergências.
Um exemplo deles é o que aumenta o tempo máximo hoje
permitido para a internação de
jovens infratores, que é de três
anos. José Serra, governador de
São Paulo, defende elevação
para dez anos. Aécio Neves
(MG) e Sérgio Cabral (RJ) são
favoráveis a seis. Representantes de magistrados da infância e
da Juventude defendem cinco,
e alguns parlamentares são
contra alterações nesse ponto.
Projetos sobre esse tema estão para ser analisados por comissões da Câmara, mas podem ter a tramitação encurtada
caso haja acordo entre os líderes partidários.
"Os projetos defendidos pelos governadores estão tramitando, ali dá para caminhar. Estamos analisando e a idéia é
priorizar o que estiver pronto
para votação em plenário", afirmou o deputado Flávio Dino
(PC do B-MA), que integra o
grupo de trabalho montado pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para sistematizar os projetos em tramitação na Câmara.
Integrante da subcomissão
do Senado criada para discutir
proposta para melhoria da segurança, o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA)
disse que as sugestões dos governadores devem ser votadas.
O líder do PMDB no Senado,
Valdir Raupp (RO), afirmou
que as sugestões são importantes, mas precisam ser defendidas pela subcomissão de segurança. "Tudo o que essa subcomissão definir como prioridade
será votado", afirmou Raupp.
Anteontem, o presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), disse que os projetos devem ser analisados de
forma conclusiva em no máximo 45 dias, mas ressaltou que a
idéia é priorizar aquilo que reúna o maior consenso entre governadores, Câmara e Senado.
Serra
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), afirmou ontem que os projetos levados por
ele e pelos demais governadores do Sudeste ao Congresso visam medidas de curto prazo.
"As 13 propostas envolvem projetos que já estão circulando no
Congresso. Trata-se de fazer
uma consolidação, uma organização, para que essas coisas sejam votadas logo."
"Há um conjunto de coisas
que podem ser feitas imediatamente sem prejuízo de que as
de médio e longo prazo sejam
examinadas também, como é a
maioridade penal e como é a
descentralização maior do processo penal", completou o governador paulista.
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