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Briga acelera fim de motim
em Belém
A morte dos três principais líderes da rebelião no presídio São José, em Belém, pode ter acelerado o
fim do motim iniciado anteontem.
No início da manhã de ontem, os
presos José Augusto Viana David,
o Ninja, Francenildo Pereira e um
terceiro identificado apenas como
Carequinha teriam se desentendido e acabaram sendo mortos dentro da prisão.
Com a morte dos líderes, os demais presos acabaram se rendendo
na tarde de ontem após negociação
com a Polícia Militar.
O corpo de Ninja -o primeiro a
ser morto- foi colocado em frente ao portão principal do presídio
São José, depois de ter ficado exposto em cima do telhado do prédio. Como o clima estava tenso, os
policiais militares levaram horas
até conseguirem se aproximar do
corpo e identificá-lo.
Os corpos dos outros dois líderes
ficaram dentro do presídio.
Segundo a polícia, Ninja teria sido assassinado por Carequinha.
Os demais presos teriam ficado revoltados com a morte de Ninja e
teriam assassinado Carequinha e
Pereira.
Para encerrar a rebelião, os presos exigiram que fosse dada permissão para que seus parentes entrassem na prisão, já que ontem
era dia de visitação.
Na negociação. o comando da
PM afirmou que só liberaria a entrada dos parentes em troca da liberação dos reféns e entrega das
armas. Os presos aceitaram.
O padre João Maria Sandorem e
os agentes prisionais foram os primeiros a serem liberados. Horas
depois, os outros três reféns foram
soltos.
Antes das negociações serem encerradas, os detentos chegaram a
brigar entre si sobre o telhado do
presídio.
O preso Cláudio Gomes da Silva
foi jogado pelos próprios detentos
de uma altura de 20 metros. Já no
chão, ele foi atingido por telhas,
pedaços de madeira e pedras, atirados pelos detentos que permaneciam em cima do prédio. Silva
estava, até as 18h de ontem, gravemente ferido.
O detento ferido foi retirado por
policiais militares.
O agente prisional feito refém,
identificado apenas por Samuel,
teria se jogado do alto do prédio e
quebrado as duas pernas.
(LS)
A Polícia Militar terminou a revista nas celas do presídio São José por volta das 19h. Segundo a PM, três armas foram apreendidas -um revólver calibre 22 e dois revólveres calibre 38.
Para a PM, cerca de 50 detentos participaram da rebelião.
Os presos rebelados atiraram do alto da parte de trás do presídio o corpo do líder identificado apenas como "Carequinha". O corpo de "Ninja" foi descido do alto do prédio amarrado a uma corda. O terceiro corpo -do detento Francenildo Pereira- não chegou a ser atirado do alto.
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