São Paulo, segunda, 2 de março de 1998

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SEGURANÇA
Apenas 1 pessoa morreu durante confronto com a PM no ano passado em Bauru

Polícia comunitária reduz violência

WAGNER OLIVEIRA

da Agência Folha, em Bauru

Apenas uma pessoa foi morta em confronto com a Polícia Militar durante todo o ano de 97 na região de Bauru (SP) -área que reúne 49 cidades e cerca de um milhão de habitantes. O comando local da PM atribui o resultado à implantação na região da polícia comunitária, programa que tem objetivo de integrar o policial na comunidade. Ele vem sendo desenvolvido há quatro anos em Bauru.


Crimes

Apesar de a violência da ação da PM ter diminuído, a criminalidade na região de Bauru está aumentando, de acordo com a avaliação da própria corporação.
Só na cidade de Bauru, o total de ocorrências envolvendo diversos tipos de crime foi de 28.082, em 93. Em 96, o número chegava a 38.022. Os números do ano passado ainda não estão contabilizados, mas, segundo a PM, reforçam a tendência de crescimento.
Maior conhecimento dos problemas da comunidade e convivência diária com os moradores -principais consequências do programa de policiamento comunitário- são fatores que ajudam a explicar a diminuição da violência da corporação no interior.
Segundo dados da PM, em 94, primeiro ano de implantação do programa, oito pessoas foram mortas em confronto com a PM.
No ano seguinte, o número caiu para cinco. Em 96, duas pessoas morreram durante enfrentamentos com a polícia, segundo a versão oficial. No ano passado, foi registrado apenas uma morte.
As mortes em confronto com a PM ocorrem quase sempre nas duas maiores cidades da região, Bauru e Jaú. Estas duas cidades têm população estimada em cerca de 550 mil pessoas.

Pessoal

Segundo a PM, 60% dos candidatos a uma vaga na corporação na região de Bauru têm 2º grau e 15% têm nível universitário.
Na região de Bauru, os policiais têm regularmente cursos de reciclagem e são incentivados a procurar tratamento psicológico diante de qualquer problema pessoal ou profissional.
Antes mesmo de se envolver em algum conflito, os PMs passam por acompanhamento de psicólogos oferecido pela corporação a título de prevenção.
"Os policiais são orientados a só sacar a arma como recurso extremo, quando a sua vida e a de outras pessoas estejam em risco", afirma o tenente Jorge Duarte Miguel, comandante interino de uma das companhias de policiamento da cidade.



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