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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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AMBIENTE

Outra barragem está ameaçada

Órgão alerta para risco de novo rompimento

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DO RIO

Outra barragem de contenção de rejeitos tóxicos ameaça se romper na área rural de Cataguases, em Minas Gerais. A represa possui aproximadamente as mesmas dimensões da que vazou no último sábado, contaminando dois importantes rios da região (Pomba e Paraíba do Sul) e interrompendo o abastecimento de água em cidades do norte e noroeste fluminense.
O alerta foi dado ontem por Mauro Costa, presidente da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), que esteve na área do acidente para avaliar os danos, com representantes de órgãos ambientais dos dois Estados. "Não gostamos da condição da barragem. Se houver uma chuva forte, pode haver rompimento."
A barragem ameaçada fica na mesma região do acidente de sábado e também contém alta concentração de soda cáustica, usada em processos ultrapassados de produção de celulose.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais, a Cataguases Papel, responsável pelas barragens, está em situação irregular pelo descumprimento de exigências do Copam (Conselho de Política Ambiental) do Estado. A empresa foi autuada em 1995 por causar poluição e operar sem a licença de operação, indeferida pelo governo mineiro em 1999 e em 2001.

Manchas
Ontem, manchas dos produtos químicos chegaram às cidades fluminenses de Cambuci e de São Fidélis. Em ambas, o fornecimento de água foi suspenso por tempo indeterminado. Com isso, já são cinco os municípios do Rio de Janeiro que estão sem distribuição de água por conta do vazamento.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou ontem em Belo Horizonte que o vazamento é "um crime que não pode ficar de jeito nenhum sem as devidas penalidades". Ela determinou que o sistema de contenção da Petrobras fosse deslocado para a região para remover a poluição nos rios.
A Indústria Cataguases de Papel, responsável por pelo menos três reservatórios de rejeitos tóxicos em Cataguases, ainda não se pronunciou sobre o acidente. A empresa foi multada ontem pelo Batalhão Florestal da Polícia Militar do Rio de Janeiro no valor de R$ 50 milhões, pelos danos causados ao ambiente, e tem 20 dias para se manifestar sobre a multa.


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