São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2004

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EUA não recomendam o auto-exame

DA SUCURSAL DO RIO

E DA REPORTAGEM LOCAL

A recomendação do Ministério da Saúde e do Inca de diminuir a ênfase dada ao auto-exame para detectar o câncer de mama segue uma tendência internacional.
A Sociedade Americana do Câncer deixou de recomendar o auto-exame mensal para mulheres a partir dos 20 anos e sugere que elas passem a ser informadas das limitações do exame.
No documento publicado neste ano com as diretrizes para a detecção precoce do câncer, a entidade justifica a mudança com uma pouca evidência científica de que o auto-exame tenha sido suficiente para detectar a doença.
"O consenso entre organizações e especialistas em câncer é que é mais provável que o câncer seja detectado durante atividades de rotina, graças ao aumento da conscientização nas últimas décadas sobre câncer de mama e seus sintomas", diz o documento.
A entidade, porém, não chega a recomendar, de forma incisiva, que as mulheres deixem de fazer o auto-exame. Nas diretrizes para este ano, pondera que o exame pode elevar a vigilância da mulher a respeito de mudanças na mama.
A sociedade recomenda que os médicos mostrem que outros meios de manter a vigilância são mais importantes, enfatizando que as mulheres sejam informadas sobre outros sintomas e sobre a importância de procurar o médico assim que surgir a suspeita.
Os únicos estudos prospectivos e randomizados (aleatórios) sobre o tema já publicados, um russo e outro chinês, acompanharam mulheres que faziam periodicamente o auto-exame e mostram que a medida não conseguiu reduzir o índice de mortalidade.
Ambos os estudos indicam que, nos grupos de mulheres que fizeram o auto-exame, houve 50% a mais de biópsias e duas vezes mais consultas não programadas, mas sem diferenças significativas nos casos diagnosticados em relação ao grupo de controle.


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