São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Após a crise, aeroportos têm dia tranqüilo

Greve dos controladores, entretanto, ainda causou reflexos em todo o país; houve atrasos e cancelamentos de vôos

Em Congonhas, o aeroporto mais movimentado do país, as filas durante a tarde não ultrapassavam os espaços cercados diante dos guichês

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Bem diferente do caos de sexta-feira e do sábado, os aeroportos do país tiveram ontem um dia tranqüilo, mas não livre de reflexos da greve dos controladores aéreos. Alguns passageiros ainda sofriam com atrasos e houve vôos cancelados. Mas, finalmente, algumas pessoas conseguiram chegar a seus destinos, mesmo que muitas horas depois do previsto.
Em Congonhas (SP), o aeroporto mais movimentado do país, as filas à tarde não ultrapassavam os espaços cercados em frente aos guichês. Mas os passageiros reclamavam da falta de confirmação dos horários dos vôos e houve até quem desistiu de embarcar com medo de perder horas no aeroporto.
"Liguei várias vezes na companhia e eles não sabiam dizer se iria atrasar", disse a nutricionista Daianna Dias de Freitas. "Como a viagem era da minha mãe, ela não quis correr risco. Vou mudar o vôo para terça."
A comerciante Darci Yamamoto preferiu esperar. Seu vôo para Cuiabá ficou lotado com passageiros que não conseguiram embarcar no sábado.
"Me colocaram num vôo das 23h. Cheguei aqui às 13h e vou passar dez horas sentada. Aposto que o Aerolula não atrasa, né?", disse Yamamoto.
De manhã, os passageiros encontravam filas normais. "Está tranqüilo no meio dessa confusão?", queria saber a médica Joyce Vasconcelos, 51, que voltava para casa, no Rio. "Todo mundo no hotel me assustou falando dos atrasos e acabei chegando cedo demais."
Alguns passageiros ainda sofriam reflexos dos atrasos, como a auditora Amália Almeida, 45, que tentava pedir à Gol o reembolso da passagem do filho. Ele seria padrinho de um casamento em São Paulo no sábado, mas não conseguiu embarcar em Brasília. "Tiveram que arrumar outro padrinho."
O americano Frank Wegscheider, 51, também não estava satisfeito. Seu vôo para Campo Grande com escala em São Paulo saiu de Nova York no sábado à noite, um dia depois do previsto. O adiamento custou-lhe pelo menos US$ 600, em hospedagem e condução.

36 horas depois
Preocupadas com os atrasos, muitas pessoas chegaram ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, muito antes do que deveriam. A precaução resultou em filas enormes.
No balcão da American Airlines, a fila passava de um terminal para outro. As pessoas tiveram de ficar em pé até três horas. A situação foi parecida nos guichês da United Airlines e das Aerolíneas Argentinas, contrastando com a calmaria das empresas nacionais.
O comerciante Honorato Feitosa, 46, levou 36 horas para conseguir embarcar para Fortaleza. Ele deveria ter partido na sexta às 23h, mas seu vôo foi remarcado para as 9h de hoje. Acabou conseguindo embarcar às 11h de ontem. "Paguei hotel e alimentação. Agora vou juntar todos os comprovantes que tenho e vou procurar o Procon."
Em Brasília, a bióloga Cecília Manavella respirava fundo para não perder a paciência. Mesmo tendo chegado com mais de uma hora de antecedência e apenas com bagagem de mão, o vôo já estava lotado.
No aeroporto Antônio Carlos Jobim, no Rio, a desenhista Dalila de Abreu, que demorou 20 horas desde Belo Horizonte durante o caos aéreo, estava apreensiva com a viagem de volta. "Só na hora que embarcar vou ficar tranqüila."


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