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Após a crise, aeroportos têm dia tranqüilo
Greve dos controladores, entretanto, ainda causou reflexos em todo o país; houve atrasos e cancelamentos de vôos
Em Congonhas, o aeroporto mais movimentado do país, as filas durante a tarde não ultrapassavam os espaços cercados diante dos guichês
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Bem diferente do caos de
sexta-feira e do sábado, os aeroportos do país tiveram ontem
um dia tranqüilo, mas não livre
de reflexos da greve dos controladores aéreos. Alguns passageiros ainda sofriam com atrasos e houve vôos cancelados.
Mas, finalmente, algumas pessoas conseguiram chegar a seus
destinos, mesmo que muitas
horas depois do previsto.
Em Congonhas (SP), o aeroporto mais movimentado do
país, as filas à tarde não ultrapassavam os espaços cercados
em frente aos guichês. Mas os
passageiros reclamavam da falta de confirmação dos horários
dos vôos e houve até quem desistiu de embarcar com medo
de perder horas no aeroporto.
"Liguei várias vezes na companhia e eles não sabiam dizer
se iria atrasar", disse a nutricionista Daianna Dias de Freitas.
"Como a viagem era da minha
mãe, ela não quis correr risco.
Vou mudar o vôo para terça."
A comerciante Darci Yamamoto preferiu esperar. Seu vôo
para Cuiabá ficou lotado com
passageiros que não conseguiram embarcar no sábado.
"Me colocaram num vôo das
23h. Cheguei aqui às 13h e vou
passar dez horas sentada.
Aposto que o Aerolula não atrasa, né?", disse Yamamoto.
De manhã, os passageiros encontravam filas normais. "Está
tranqüilo no meio dessa confusão?", queria saber a médica
Joyce Vasconcelos, 51, que voltava para casa, no Rio. "Todo
mundo no hotel me assustou
falando dos atrasos e acabei
chegando cedo demais."
Alguns passageiros ainda sofriam reflexos dos atrasos, como a auditora Amália Almeida,
45, que tentava pedir à Gol o
reembolso da passagem do filho. Ele seria padrinho de um
casamento em São Paulo no sábado, mas não conseguiu embarcar em Brasília. "Tiveram
que arrumar outro padrinho."
O americano Frank Wegscheider, 51, também não estava
satisfeito. Seu vôo para Campo
Grande com escala em São Paulo saiu de Nova York no sábado
à noite, um dia depois do previsto. O adiamento custou-lhe
pelo menos US$ 600, em hospedagem e condução.
36 horas depois
Preocupadas com os atrasos,
muitas pessoas chegaram ao
aeroporto de Cumbica, em
Guarulhos, muito antes do que
deveriam. A precaução resultou em filas enormes.
No balcão da American Airlines, a fila passava de um terminal para outro. As pessoas tiveram de ficar em pé até três horas. A situação foi parecida nos
guichês da United Airlines e
das Aerolíneas Argentinas,
contrastando com a calmaria
das empresas nacionais.
O comerciante Honorato
Feitosa, 46, levou 36 horas para
conseguir embarcar para Fortaleza. Ele deveria ter partido
na sexta às 23h, mas seu vôo foi
remarcado para as 9h de hoje.
Acabou conseguindo embarcar
às 11h de ontem. "Paguei hotel e
alimentação. Agora vou juntar
todos os comprovantes que tenho e vou procurar o Procon."
Em Brasília, a bióloga Cecília
Manavella respirava fundo para não perder a paciência. Mesmo tendo chegado com mais de
uma hora de antecedência e
apenas com bagagem de mão, o
vôo já estava lotado.
No aeroporto Antônio Carlos
Jobim, no Rio, a desenhista Dalila de Abreu, que demorou 20
horas desde Belo Horizonte
durante o caos aéreo, estava
apreensiva com a viagem de
volta. "Só na hora que embarcar vou ficar tranqüila."
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