São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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outro lado

Desmatar é ruim para todos, afirma governo

DA SUCURSAL DO RIO

Presidente da Emop (empresa pública estadual responsável pelas obras nas favelas), Ícaro Moreno minimizou as críticas à construção dos muros. "O Saramago deu sua opinião e eu também posso dar a minha sobre o trabalho dele. Não vejo polêmica. Há uma aversão a muros, mas muros existem em casas, condomínios e linhas ferroviárias."
Ele diz que, apesar da estabilidade da ocupação de algumas favelas, é preciso evitar que os moradores ergam construções em áreas de risco. "A sociedade da zona sul e das comunidades apoia. O desmatamento é ruim para todos."
A iniciativa vai receber o apoio da Prefeitura do Rio, que cobrirá parte do gasto. Depois da zona sul, as amuradas devem ser construídas na zona norte.
O secretário municipal de Urbanismo do Rio, Sérgio Rabaça Moreira Dias, nega que a implantação de muros em favelas da zona sul seja uma forma apenas de isolar a pobreza. Segundo ele, o foco é ambiental.
"As barreiras estão orientadas pelas áreas de maior concentração [demográfica] e pela localização das áreas de risco e de preservação ambiental."
A construção dos muros também tem apoio do presidente da associação de moradores do Alto Gávea, Luiz Fernando Pena. Entre 1979 e 1982, a associação construiu um paredão de 550 metros que, diz ele, evitou que a Rocinha avançasse para o Leblon.
"É uma coisa favorável à qualidade de vida dos moradores da Rocinha, pois quanto maior o adensamento, piores as condições sanitárias. Não vejo segregação. A minha casa é murada e meu vizinho não se sente segregado."
Procurados pela reportagem, o governador Sérgio Cabral Filho e o vice-governador Luiz Fernando Pezão não quiseram comentar o assunto.


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