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outro lado
Desmatar é ruim para todos, afirma governo
DA SUCURSAL DO RIO
Presidente da Emop
(empresa pública estadual
responsável pelas obras
nas favelas), Ícaro Moreno
minimizou as críticas à
construção dos muros. "O
Saramago deu sua opinião
e eu também posso dar a
minha sobre o trabalho
dele. Não vejo polêmica.
Há uma aversão a muros,
mas muros existem em casas, condomínios e linhas
ferroviárias."
Ele diz que, apesar da estabilidade da ocupação de
algumas favelas, é preciso
evitar que os moradores
ergam construções em
áreas de risco. "A sociedade da zona sul e das comunidades apoia. O desmatamento é ruim para todos."
A iniciativa vai receber o
apoio da Prefeitura do Rio,
que cobrirá parte do gasto.
Depois da zona sul, as
amuradas devem ser construídas na zona norte.
O secretário municipal
de Urbanismo do Rio, Sérgio Rabaça Moreira Dias,
nega que a implantação de
muros em favelas da zona
sul seja uma forma apenas
de isolar a pobreza. Segundo ele, o foco é ambiental.
"As barreiras estão
orientadas pelas áreas de
maior concentração [demográfica] e pela localização das áreas de risco e de
preservação ambiental."
A construção dos muros
também tem apoio do presidente da associação de
moradores do Alto Gávea,
Luiz Fernando Pena. Entre 1979 e 1982, a associação construiu um paredão
de 550 metros que, diz ele,
evitou que a Rocinha
avançasse para o Leblon.
"É uma coisa favorável à
qualidade de vida dos moradores da Rocinha, pois
quanto maior o adensamento, piores as condições sanitárias. Não vejo
segregação. A minha casa é
murada e meu vizinho não
se sente segregado."
Procurados pela reportagem, o governador Sérgio Cabral Filho e o vice-governador Luiz Fernando Pezão não quiseram comentar o assunto.
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