|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tiroteio de 20 minutos na zona sul mata 4
Mortes ocorreram em suposto confronto com PMs em favela; vítimas eram criminosos, disseram os policiais
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
O pânico voltou a tomar conta dos moradores da favela Ladeira dos Tabajaras, na zona sul
do Rio, ontem, após operação
policial que deixou quatro mortos. Ao tentarem confirmar
uma denúncia obtida pelo serviço de inteligência da PM, policiais disseram que foram recebidos a tiros e revidaram. O
tiroteio durou cerca de 20 minutos, segundo moradores.
A PM ocupa a favela desde
domingo retrasado, quando
traficantes da Rocinha, também na zona sul, tentaram dominar pontos de venda de drogas comandados por rivais na
favela vizinha.
Ontem, segundo a PM, 18 policiais foram enviados à Ladeira
dos Tabajaras para confirmar a
informação de que bandidos
estavam acampados em um
matagal. Eles seriam integrantes da quadrilha de Francisco
Dias da Silva, o Mexicano, 27,
acusado de chefiar o tráfico no
morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul), de onde teria fugido desde que a polícia ocupou
o morro, no ano passado.
Quando os PMs chegaram ao
local, conhecido como Coroa,
no alto da favela, os bandidos
reagiram e iniciaram o tiroteio.
Um grupo de criminosos fugiu,
mas ao menos seis foram baleados. Quatro deles, presos na hora, morreram a caminho do
hospital Miguel Couto. Segundo a polícia, eles estavam sem
documentos e, até a noite de
ontem, não haviam sido identificados -nenhum, porém, é o
Mexicano. Marco Polo Ferreira
Lopes, 24, tentou fugir do morro, mas foi perseguido e baleado. Ele acabou preso na rua São
Clemente e foi levado a uma
unidade de saúde em Botafogo.
O sexto baleado, segundo a
polícia, é Leonardo da Silva Gomes, 18. Também ferido a tiros,
ele tentou fugir e foi detido ao
invadir uma casa. Policiais o
carregaram desde o imóvel onde ele foi preso até o carro da
polícia, no qual Gomes foi levado para o hospital Miguel Couto. Segundo a polícia, tanto Lopes como Gomes são ex-moradores da favela Dona Marta, de
onde teriam saído após a ocupação policial. Agora, a PM
apura se eles têm envolvimento
com o tráfico. Até a noite de ontem, os dois estavam internados e não tinham advogado.
A polícia apreendeu duas
granadas, um fuzil, 13 pistolas e
mais de mil projéteis de vários
calibres. Parte estava com os
baleados e parte havia sido
abandonada na mata.
Texto Anterior: Outro lado: Desmatar é ruim para todos, afirma governo Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: A resposta está no nome do tempo verbal... Índice
|