São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Tiroteio de 20 minutos na zona sul mata 4

Mortes ocorreram em suposto confronto com PMs em favela; vítimas eram criminosos, disseram os policiais

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

O pânico voltou a tomar conta dos moradores da favela Ladeira dos Tabajaras, na zona sul do Rio, ontem, após operação policial que deixou quatro mortos. Ao tentarem confirmar uma denúncia obtida pelo serviço de inteligência da PM, policiais disseram que foram recebidos a tiros e revidaram. O tiroteio durou cerca de 20 minutos, segundo moradores.
A PM ocupa a favela desde domingo retrasado, quando traficantes da Rocinha, também na zona sul, tentaram dominar pontos de venda de drogas comandados por rivais na favela vizinha.
Ontem, segundo a PM, 18 policiais foram enviados à Ladeira dos Tabajaras para confirmar a informação de que bandidos estavam acampados em um matagal. Eles seriam integrantes da quadrilha de Francisco Dias da Silva, o Mexicano, 27, acusado de chefiar o tráfico no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul), de onde teria fugido desde que a polícia ocupou o morro, no ano passado.
Quando os PMs chegaram ao local, conhecido como Coroa, no alto da favela, os bandidos reagiram e iniciaram o tiroteio. Um grupo de criminosos fugiu, mas ao menos seis foram baleados. Quatro deles, presos na hora, morreram a caminho do hospital Miguel Couto. Segundo a polícia, eles estavam sem documentos e, até a noite de ontem, não haviam sido identificados -nenhum, porém, é o Mexicano. Marco Polo Ferreira Lopes, 24, tentou fugir do morro, mas foi perseguido e baleado. Ele acabou preso na rua São Clemente e foi levado a uma unidade de saúde em Botafogo.
O sexto baleado, segundo a polícia, é Leonardo da Silva Gomes, 18. Também ferido a tiros, ele tentou fugir e foi detido ao invadir uma casa. Policiais o carregaram desde o imóvel onde ele foi preso até o carro da polícia, no qual Gomes foi levado para o hospital Miguel Couto. Segundo a polícia, tanto Lopes como Gomes são ex-moradores da favela Dona Marta, de onde teriam saído após a ocupação policial. Agora, a PM apura se eles têm envolvimento com o tráfico. Até a noite de ontem, os dois estavam internados e não tinham advogado.
A polícia apreendeu duas granadas, um fuzil, 13 pistolas e mais de mil projéteis de vários calibres. Parte estava com os baleados e parte havia sido abandonada na mata.


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