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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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MATO GROSSO

Cabo Hércules passou por cinco portões antes de sair de prisão; Justiça decretou a detenção de 18 funcionários

Acusado de assassinar dono de jornal foge de presídio

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Acusado de ter assassinado em setembro o dono do jornal "Folha do Estado", o cabo Hércules de Araújo Agostinho, 33, da Polícia Militar, fugiu ontem de madrugada pelo portão dos fundos do presídio Pascoal Ramos, na capital mato-grossense. Ele passou por cinco portões para sair da prisão.
A Justiça decretou a prisão de 18 funcionários do presídio, incluindo o diretor Cláudio Miranda, suspeito de ter facilitado a fuga.
Preso desde outubro, o cabo Hércules é acusado de matar com sete tiros o empresário Sávio Brandão de Lima Júnior, 39, em 30 de setembro. Testes de balística apontaram o autor do crime. Falta descobrir o mandante. Na "Folha do Estado", Sávio Brandão publicava reportagens contra o crime organizado no Estado.
A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública oferece R$ 100 mil para quem der pista que leve à prisão do cabo.
Na versão dos agentes, Hércules usou uma "arma falsa feita com papelão, simulando ter uma pistola", para rendê-los. Até o início da noite de ontem, funcionários do presídio ainda prestavam depoimento na Polícia Federal.
Em novembro, dois agentes foram demitidos após a descoberta de que Hércules tinha cópias das chaves da prisão.
O delegado Luciano Inácio da Silva, 40, disse que o cabo Hércules é o principal pistoleiro do crime organizado que seria liderado por João Arcanjo Ribeiro, 51, preso no Uruguai.
Na briga entre facções, o cabo Hércules foi contratado e matou, segundo o delegado, o sargento da PM José Jesus de Freitas e dois seguranças em abril de 2002.
O radialista Rivelino Jacques Brunini e o amigo Fause Rachid Jaudy foram mortos dentro do carro em Cuiabá, em julho. Brunini explorava caça-níqueis e, segundo o procurador da República Pedro Taques, desafiava Arcanjo.
O pedreiro Gisleno Fernandes, que estava no banco traseiro e sobreviveu, reconheceu o cabo como autor dos disparos. Arcanjo foi denunciado como mandante.
Segundo o advogado do fugitivo, Benedito Jacob Santana Sabino, ele estaria de serviço no quartel no dia da morte do sargento Jesus e almoçando com a sogra, na cidade de Várzea Grande, na hora da morte de Sávio Brandão.


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