São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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Centro de idéias congrega estudantes e paga para pensar

DA REPORTAGEM LOCAL

Existe pelo menos um lugar no mundo em que as pessoas são pagas para pensar, apenas pensar novas formas de comunicação e repensar as velhas -e onde a ação é apenas uma decorrência.
É a Fabrica, chamada pelos admiradores de "Bauhaus do novo milênio", numa referência à escola alemã fundada por Walter Adolf Gropius, em 1919, na cidade de Weimar, que revolucionaria a arquitetura e o design na primeira metade do século passado.
Instalados num palácio seiscentista em Catena di Villorba, a 12 km de Treviso, no norte da Itália, alunos do mundo todo se espalham por 50 mil metros quadrados de salas, vielas, uma biblioteca de 5.000 volumes, galerias e praças que foram restaurados em 1993 pelo arquiteto Tadao Ando.
Podem ajudar a criar campanhas publicitárias -de onde vem parte do orçamento que mantém o lugar, complementado por fatia não-revelada da verba de publicidade anual da Benetton, de US$ 120 milhões- ou se dedicar a música, cinema e vídeo, sempre com viés humanitário e visando a inclusão dos países pobres.
Seu criador, o fotógrafo Oliviero Toscani, já não anda mais por lá. O responsável pelas impactantes campanhas da grife Benetton, fundador em 1991 da revista "Colors", brigou com a família que controla a multinacional que faturou US$ 2 bilhões em 2003.
Não é a primeira vez que um brasileiro participa do time de estudantes. No ano passado, a escola chegou a enviar uma equipe para produzir um documentário sobre a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro -de quebra, o projeto selecionaria um jovem morador para ficar estagiando por um ano na Fabrica. O processo demorou mais do que se esperava, e a escolha ainda não foi anunciada.
"A criatividade daqui hoje em dia vem dos latino-americanos mesmo, o pessoal do Terceiro Mundo", provoca Leandro HBL.
(SD)


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