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EDUCAÇÃO
Sindicância vai investigar denúncia
Unicamp apura caso
de aluna especial
da Folha Campinas
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) abriu sindicância para apurar denúncia de discriminação à aluna especial Teresinha Nogueira da Costa, 41, excluída de duas disciplinas do IEL
(Instituto de Estudos da Linguagem).
A denúncia foi publicada pela
Folha no dia 20 de abril.
Ela disse que gravou o depoimento dado anteontem à comissão de sindicância e, na segunda-feira, enviará carta ao reitor da
universidade, Hermano Tavares
de Medeiros, pedindo permissão
para assistir às aulas.
O reitor da Unicamp disse à Folha que somente na segunda-feira
vai falar sobre o assunto.
Teresinha disse se sentir discriminada porque teve cancelada a
matrícula como aluna especial de
pós-graduação da universidade
depois de passar por entrevista de
admissão que não foi exigida para
outros estudantes.
Moradora de rua, Teresinha é
formada em Letras pela UnB (Universidade de Brasília) e dorme no
pátio do HC (Hospital de Clínicas)
da universidade.
Ela foi comunicada pela universidade que sua matrícula foi cancelada devido a um "lapso" da
própria Unicamp. Teresinha deveria ter passado por uma entrevista
com os professores, mas não foi
informada sobre isso.
Segundo ela, os outros quatro
alunos especiais de sua classe não
passaram pelas entrevistas, mas
continuaram estudando.
Teresinha é negra, desempregada, sem-teto, tem 40 anos de idade
e acredita que estes fatores influenciaram na decisão tomada
pela Unicamp.
A Unicamp informou que ela foi
afastada por incapacidade de
acompanhar as aulas.
Teresinha se formou em Letras
pela UnB para depois sair viajando
pelo Brasil.
Apesar de formada, ela nunca
exerceu a profissão.
"Vim até Campinas para aproveitar a estrutura oferecida pela
Unicamp. Gosto do meio acadêmico", afirmou.
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