São Paulo, domingo, 02 de junho de 2002

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Queimados dependem de doação

DAS REGIONAIS

O cultivo de pele a partir de células humanas para a utilização em pacientes como vítimas de queimaduras ainda não é rotina, mas é uma das principais promessas da cirurgia plástica.
As pesquisas no Laboratório de Cirurgia Plástica e Microcirurgia da Faculdade de Medicina da USP somente obtiveram tecidos considerados frágeis. Agora, buscam desenvolver não somente epiderme (porção superficial da pele), como derme (tecido sobre o qual se apóia a epiderme). Os tecidos já desenvolvidos, no entanto, revelaram-se úteis no tratamento de manchas de queimaduras.
O que existe no país de forma mais difundida são bancos de pele como o do próprio Hospital das Clínicas da USP, criado em 1956.
Esses bancos trabalham com tecidos doados espontaneamente, dentro do Sistema Nacional de Transplantes.
A pele doada é utilizada como um curativo, que contribui para a regeneração da pele do paciente. "Uma doação de pele pode ajudar dois ou três pacientes, e uma de tecido ósseo, dez ou 12", diz a médica responsável pelo Banco de Tecidos do Instituto Central do HC, Marisa Herson, 46.
Um grande queimado pode chegar a precisar de seis doações no período de recuperação. "A demanda é muito maior do que as doações. Se houvesse um acidente de maiores proporções e todos os conveniados do HC precisassem, não haveria material suficiente."
Em 2001, o hospital recebeu somente 50 doações de pele. Vinte e sete pacientes, todos vítimas de queimaduras extensas, foram beneficiados.
Receber o socorro adequado desde o início pode fazer muita diferença para o tratamento de queimaduras.
"A gente só pensa no cirurgião plástico para fazer sumir uma cicatriz. Ele faz mais que isso. Quem trata inicialmente o queimado é o cirurgião", declara o médico da disciplina cirurgia plástica da USP Nivaldo Alonso.
Ele diz que o cirurgião plástico é o profissional mais indicado para prestar os primeiros cuidados necessários para uma boa cicatrização. Esse primeiro atendimento pode ser crucial para, no futuro, o médico fazer o melhor possível em termos de estética.



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