São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CLIMA

Corpo de Bombeiros registrou 15 deslizamentos de terra na cidade; prefeito decretou estado de calamidade pública

Chuva mata 14 e destrói casas em Maceió

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Quatorze pessoas morreram em Maceió, ontem, em decorrência da forte chuva que atingiu a cidade. Segundo a Defesa Civil do Estado, 12 ficaram soterradas em deslizamentos de terra e duas foram vítimas de afogamentos.
O Corpo de Bombeiros registrou 15 casos de deslizamento de terra ontem na capital alagoana. Várias casas foram destruídas. No final da tarde, o prefeito interino, Alberto Sexta Feira, decretou estado de calamidade pública.
Três escolas -duas municipais e uma do Estado- foram preparadas para receber os desabrigados. Até o final da tarde de ontem, cerca de 300 pessoas estavam sendo encaminhadas para os abrigos pela Defesa Civil do município. O número de pessoas abrigadas em casas de parentes e amigos ainda não havia sido levantado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, praticamente toda a cidade amanheceu alagada ontem. Apesar de o volume de chuva ter diminuído muito durante a tarde, no início da noite ainda havia pontos de alagamento.
As aulas nas escolas municipais e estaduais e na Ufal (Universidade Federal de Alagoas) foram suspensas. A Defesa Civil pediu pelas rádios que as pessoas evitassem sair às ruas.
O prefeito interino passou o dia na sede do comando do Corpo de Bombeiros acompanhando as operações. No final do dia, ele fez uma visita aos principais pontos atingidos pelas chuvas.
Pela manhã, um caminhão que transportava trabalhadores rurais em uma fazenda no município de Paripueira (30 km de Maceió) capotou, matando cinco pessoas. Outras três ficaram feridas e foram transferidas para a capital alagoana. A Polícia Civil informou que o acidente pode ter acontecido por causa da chuva.
De acordo com informações do Radar Meteorológico de Alagoas, serviço que monitora as chuvas no Estado, das 16h de segunda-feira às 8h de ontem havia chovido 110 mm. Um milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado de superfície. Por causa da tempestade, não foi possível chegar aos locais de medição do nível pluviométrico para atualizar os dados.
O coordenador do Radar, professor Ricardo Sarmento Tenório, disse que a chuva foi provocada por uma nebulosidade muito concentrada, proveniente do oceano Atlântico, possivelmente formada na costa da África, que estacionou sobre Maceió.
A última grande tragédia no Estado, informaram os Bombeiros, foi em 2000, com 20 mortos.


Texto Anterior: Ex-estudante agiu com calma, diz testemunha
Próximo Texto: Panorâmica - Abastecimento 1: Sabesp poderá pagar por água do Cantareira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.