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NA CÂMARA
Ex-funcionários da Regional da Penha dizem que foram pressionados para incriminar Viscome; sessão foi encerrada após crise de choro
Testemunhas acusam polícia e CPI de coação
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Dois ex-funcionários da Regional da Penha
disseram ontem
à comissão processante que
analisa o pedido
de cassação de
Vicente Viscome que foram pressionados e coagidos na polícia e na
CPI para prestarem depoimentos
que incriminassem o vereador.
No depoimento de ontem, eles
foram convocados como testemunhas de defesa por advogados de
Viscome. Apesar das declarações
de ontem, a comissão poderá usar
os depoimentos que os dois deram
à CPI e à polícia.
Nos depoimentos à CPI e à polícia, o ex-office boy Nelson Gomes
havia dito que participava de um
esquema de cobrança de propina
de bancas de jornal e que parte do
dinheiro era dado a Viscome.
O ex-assessor Vladimir Augusto
Ferreira havia afirmado que foi
funcionário fantasma no Anhembi
entre fevereiro e outubro de 97, período em que teria trabalhado no
escritório político de Viscome.
Na comissão, eles mudaram as
declarações. "Eu nunca conversei
com o Vicente Viscome", disse Gomes, o primeiro a depor ontem.
Ele também negou ter recebido
propina, mas chamou de "caixinha" o dinheiro que disse ter recebido para permitir transferências
irregulares de bancas de jornal.
Sobre as declarações que tinha
feito a respeito do poder de Viscome na Regional da Penha, alegou
ter sido pressionado. "Me disseram que, se eu não falasse tudo, ficaria mais tempo preso", disse.
Gomes, no entanto, não soube dizer quem o pressionou.
O segundo depoimento acabou
dez minutos depois de começar. O
ex-assessor Ferreira negou ter trabalhado com Viscome no período
em que foi funcionário do Anhembi e disse que se sentiu acuado em
seu depoimento à polícia. "Me senti acuado. Fiquei nove horas na delegacia. Minha prisão estava expedida em cima da mesa."
Ao ser perguntado se a coação
também teria ocorrido na CPI, teve uma crise de choro e foi atendido por enfermeiras da Câmara.
O presidente da comissão processante, Edivaldo Estima (PPB),
aproveitou a crise de choro para
encerrar a sessão de ontem.
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