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TESTEMUNHA
Afonso da Silva, baleado em fevereiro, quer proteção
Camelô diz estar sofrendo ameaças
da Reportagem Local
O camelô Afonso José da Silva,
que foi baleado em fevereiro, disse ontem que voltou a sofrer perseguições e tentativas de intimidação durante o último final de
semana. O ambulante afirma que
é a primeira vez isso acontece
desde que saiu do hospital.
Ele disse que já mudou de endereço mais de dez vezes e não
pôde voltar à rua, onde seu irmão
trabalha numa banca para sustentá-lo.
Anteontem ele pediu proteção
ao Ministério Público, pelo menos até o dia 10, quando fará um
depoimento no Fórum de Vila
Mariana, no processo contra os
acusados de terem atirado nele.
Silva acredita que querem impedir que ele os reconheça.
O ambulante foi um dos primeiros a denunciar o esquema de
propinas na Regional da Sé, com
o envolvimento do ex-vereador e
deputado estadual Hanna Garib
(suspenso do PPB). Dias depois
de ele ter ido a um programa de
TV fazer as denúncias, sua casa
foi invadida por duas pessoas e
ele tomou quatro tiros.
Segundo Afonso, na última
sexta-feira, quatro homens num
carro preto tentaram abrir a porta da casa de uma amiga dele. Ele
havia acabado de passar por lá
para pegar uma chave.
No domingo, nova tentativa de
intimidação. Um homem alto,
forte, branco, aparentando ter
cerca de 35 anos, foi à casa de
uma camelô amiga sua, Ana Maria Gasque, que também já foi
ameaçada de morte e sofreu um
atentado no mesmo dia que ele.
Ela disse que o homem a chamou para conversar na rua e só
foi embora quando ela chamou a
polícia. Meia hora depois, uma
pessoa com as mesmas características foi vista rondando a portaria do prédio onde o camelô estava hospedado até ontem.
(MALU GASPAR)
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