São Paulo, Quarta-feira, 02 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TESTEMUNHA
Afonso da Silva, baleado em fevereiro, quer proteção
Camelô diz estar sofrendo ameaças

da Reportagem Local

O camelô Afonso José da Silva, que foi baleado em fevereiro, disse ontem que voltou a sofrer perseguições e tentativas de intimidação durante o último final de semana. O ambulante afirma que é a primeira vez isso acontece desde que saiu do hospital.
Ele disse que já mudou de endereço mais de dez vezes e não pôde voltar à rua, onde seu irmão trabalha numa banca para sustentá-lo.
Anteontem ele pediu proteção ao Ministério Público, pelo menos até o dia 10, quando fará um depoimento no Fórum de Vila Mariana, no processo contra os acusados de terem atirado nele. Silva acredita que querem impedir que ele os reconheça.
O ambulante foi um dos primeiros a denunciar o esquema de propinas na Regional da Sé, com o envolvimento do ex-vereador e deputado estadual Hanna Garib (suspenso do PPB). Dias depois de ele ter ido a um programa de TV fazer as denúncias, sua casa foi invadida por duas pessoas e ele tomou quatro tiros.
Segundo Afonso, na última sexta-feira, quatro homens num carro preto tentaram abrir a porta da casa de uma amiga dele. Ele havia acabado de passar por lá para pegar uma chave.
No domingo, nova tentativa de intimidação. Um homem alto, forte, branco, aparentando ter cerca de 35 anos, foi à casa de uma camelô amiga sua, Ana Maria Gasque, que também já foi ameaçada de morte e sofreu um atentado no mesmo dia que ele.
Ela disse que o homem a chamou para conversar na rua e só foi embora quando ela chamou a polícia. Meia hora depois, uma pessoa com as mesmas características foi vista rondando a portaria do prédio onde o camelô estava hospedado até ontem.
(MALU GASPAR)




Texto Anterior: Empresa nega existência de fantasmas
Próximo Texto: Testemunhas acusam polícia e CPI de coação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.