São Paulo, Quarta-feira, 02 de Junho de 1999
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Ressacas continuam no inverno

da Sucursal do Rio

Os cariocas terão que se acostumar com as ressacas, que deverão ser frequentes este ano, alerta David Zee, 43, professor do Departamento de Oceanografia da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
"Essa não foi a primeira nem será a última ressaca deste ano. E, com boa margem de certeza, também não será a pior", diz.
As ressacas, segundo Zee, vão marcar o outono e o inverno. "A fúria do mar parece estar sendo provocada pelo fenômeno La Niña (resfriamento das águas do oceano Pacífico). Se isso for confirmado, teremos muita catástrofe no Rio", afirma.
Tudo indica, segundo o professor, que La Niña esteja sendo gerada no Pólo Sul. "Estamos acompanhando dados internacionais a respeito do oceano Pacífico equatorial, na costa do Peru e do Equador, e parece que o fenômeno vai voltar a se repetir", diz Zee.
Nos últimos três anos (1976, 1988 e 1996) em que o fenômeno foi verificado no Rio, a cidade sofreu com enchentes e ressacas, segundo o professor.
Para Zee, a continuação da ressaca pode levar ao rompimento dos pilares de sustentação do emissário submarino de Ipanema. Segundo ele, dos 90 pilares, 70 estão em condições precárias.
"A junção do emissário está exposta à ação das ondas. Se o ritmo de erosão da praia continuar assim, pode haver rompimento do emissário, que ficará sem sustentação na areia."


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