São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Aluno é mantido na aula, sem socorro, após quebrar punhos

Felipe, 12, disse que a professora não permitiu que ele telefonasse para os pais

O menino, que também fraturou o pé esquerdo, se acidentou durante aula em escola municipal; secretaria diz que o caso será apurado

ESTÊVÃO BERTONI
DA REDAÇÃO

A família de um estudante de 12 anos acusa uma escola municipal de manter o garoto na sala de aula por cerca de uma hora e meia, sem socorro, após ele fraturar os ossos dos punhos e do pé esquerdo durante a aula de educação física.
Os pais de Felipe Santana Gonçalves da Conceição dizem ainda que, finda a aula, o garoto teve de voltar para casa andando, com a ajuda de amigos.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal da Educação disse que a professora colocou gelo nas mãos do menino e o mandou para a aula porque não havia sinais aparentes de fratura. O caso, segundo a secretaria, será apurado.
Felipe afirma que não teve autorização para sair e ligar para os pais. Segundo o aluno, a professora chegou a dizer que ele estava com "frescura".
O caso aconteceu na escola municipal José Olympio Pereira Filho, em Cohab Adventista, na zona sul de São Paulo, no último dia 20. A família do estudante diz que, no dia, não foi avisada sobre o acidente.
Felipe, que está há mais de uma semana sem freqüentar as aulas, com as mãos e o pé engessados, mora a cerca de uma quadra da escola.
O garoto contou que, por volta das 13h30, apostava corrida na quadra da escola com mais quatro colegas. Ele e mais duas crianças caíram perto da parede e se machucaram.
Chorando e com o nariz sangrando, foi levado para a sala de aula. Segundo ele, a professora continuou dando a aula normalmente, e a única ajuda que recebeu foi da merendeira da escola, que levou gelo para ele.
O aluno só foi liberado às 15h, quando as aulas acabaram, sem ter feito a prova de geografia e história, marcada para aquele dia. "Eu disse que não conseguia mexer as mãos, mas a professora falou que era frescura, que era para esperar até o final da aula", afirma o menino.
Felipe só foi encaminhado ao hospital por volta das 20h, quando o pai voltou do trabalho. "Meu filho chegou em casa, chorando, com muita dor. Tentei arrumar um carro com os vizinhos para levá-lo ao hospital, mas não consegui", afirma a mãe de Felipe, a dona-de-casa Juliana Melo Santana, 29. "Ainda fui ao colégio às 14h porque era o dia em que distribuíram leite para os pais. Encontrei vários funcionários e ninguém me falou nada sobre o que tinha acontecido", conta.
Juliana diz que não viu o filho na aula de educação física, mas não se preocupou pois achou que ele tivesse sido dispensado devido à bronquite. Ainda segundo a mãe, a escola não cumpriu a promessa de enviar uma professora para dar aulas em casa.


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