São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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Retenção da receita inibe venda esperada

da Redação

A retenção das receitas e o alto preço fizeram com que as vendas do Viagra ficassem aquém do esperado pelas farmácias de São Paulo no primeiro mês de comercialização do remédio.
Essa é a estimativa do Sincofarma (sindicato das farmácias), baseada em consultas feitas aos estabelecimentos.
Mesmo sem ter números, a assessoria do Sincofarma informou que as vendas do medicamento não foram tão expressivas como se esperava. Há casos em que as farmácias não conseguiram vender uma única caixa no mês todo.
Foi o que aconteceu nas farmácias Rede Lar e Uirapuru, de São Paulo. "Muita gente procurou, mas ninguém trouxe receita", disse Edson Padula, dono da Rede Lar, que fica na zona noroeste de São Paulo.
"Encomendamos quatro caixas, mas nenhuma foi vendida", afirmou João Carlos de Souza, da Uirapuru, que fica na zona leste. "Se não precisasse da receita, muita gente compraria."
Na Águia de Haia, na zona leste, as vendas não chegam a uma caixa por dia, mas o produto não encalhou nas prateleiras.
Acima do esperado
Mas nem todas as farmácias amargaram o prejuízo. A Farmed, no Paraíso, e a Fuji, na Vila Mariana (ambas na zona sudoeste de SP), têm vendido em média uma caixa por dia pelo menos. Há casos em que o mesmo cliente leva mais de uma caixa, pois tem uma receita para isso.
Na rede da Droga Raia, que tem 70 lojas na cidade, foram vendidas cerca de 1.200 unidades durante o mês de junho.
"O normal é vendermos 600 unidades de um produto no mês de seu lançamento", disse André Elias Gonçalves, 36, gerente de marketing da rede.
"Se não houvesse a retenção da receita para a venda, o Viagra seria um estouro absoluto", disse.
Para Gonçalves, as altas vendas refletem uma procura grande a médicos. "É bom porque as pessoas também estão passando por consultas", disse.
A assessoria de imprensa da Pfizer informou que as vendas do medicamento ficaram dentro do esperado pela empresa. A Pfizer não divulga balanço de vendas.



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