São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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Efeito colateral está na bula, diz laboratório

da Reportagem Local

O laboratório que produz e comercializa o Viagra, a Pfizer, diz que todos os efeitos colaterais da droga documentados até hoje constam da bula. Eles foram registrados a partir de vários estudos que testaram o remédio em cerca de 5.000 pacientes.
Segundo Valdair Pinto, diretor-médico da Pfizer, esse percentual de 10% é a média geral de todos os efeitos colaterais notados em todos os pacientes de todos os estudos feito até hoje.
Estudos isolados, segundo ele, apontariam para percentuais maiores. "Dependendo da idade e do tipo de paciente esse percentual pode subir ou cair. Existem pacientes que, por alguma razão, são mais suscetíveis aos efeitos colaterais. A dor de cabeça, por exemplo, chegou a 30% em um dos estudos. Isso depende da suscetibilidade e da dose empregada", afirma o diretor-médico.
O laboratório nega a existência de registro de casos semelhantes aos relatados pelo médico paulista Roberto Tullii.
Segundo Valdair, o priapismo (ereção prolongada) é um efeito colateral conhecido por estar relacionado com as injeções aplicadas no pênis para acabar com a impotência.
Ele afirma que não houve até hoje nenhum relato documentado cientificamente de priapismo em pacientes que tomaram o Viagra.
Para fazer parte da literatura médica, os efeitos colaterais de um certo remédio têm que passar por estudos com um número significativo de pacientes e ser registrado em vários casos.
O Viagra foi aprovado pelo FDA (o órgão norte-americano responsável pela aprovação de medicamentos) neste ano. Essa aprovação ocorreu depois que vários estudos avaliaram a eficácia e os efeitos colaterais.
Pinto também rejeita a possibilidade de o remédio ter causado o enrijecimento do maxilar do paciente de Tullii. Segundo ele, o Viagra age apenas na musculatura lisa das pessoas. "Ele não pode ter ação no maxilar porque ele é uma musculatura estriada."
"Desconheço qualquer caso cientificamente registrado em que o Viagra tenha causado ou priapismo ou enrijecimento do maxilar", afirma o diretor-médico.
(LM)


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