São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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Gangue usa cão rotweiller em roubos

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

Um cão rotweiller é a nova arma de assaltantes que agem na região dos Jardins (zona sudoeste de São Paulo). A polícia prendeu quatro acusados de pertencer a uma gangue que usa essa raça de cão e revólver para ameaçar as vítimas.
De acordo com Lindoarte Neto, chefe dos investigadores do 78º Distrito Policial (Jardins), a gangue do rotweiller pode ser responsável por cinco roubos ocorridos naquela região. O grupo atua, geralmente, durante a noite.
Às 21h de anteontem, seis membros da gangue abordaram os estudantes Aílton Lopes, 18, Misael Pinheiro, 16, e Manoel Ferri, 17, que estavam voltando para casa. Um dos assaltantes portava uma arma e outro segurava o cão.
Eles obrigaram os estudantes a entregar quatro jaquetas, três bonés e um relógio. Segundo o que as vítimas disseram na delegacia, os ladrões teriam afirmado que iam trocar os objetos roubados por pedras de crack.
Após o assalto, Pinheiro, Lopes e Ferri foram ao 78º DP registrar o caso. Quase ao mesmo tempo, policiais civis daquela delegacia passaram pela praça Alexandre Gusmão, nos Jardins, e avistaram Márcio Rodrigo Maciel Prates, 19, André Gustavo Iozzi Ambrósio, 22, Marcelo Reis, 26, e o adolescente A.M.P., 16.
Os policiais desconfiaram dos quatro e resolveram pará-los. Eles os revistaram e descobriram que Reis e Ambrósio teriam sido presos anteriormente sob as acusações de furto (quando o ladrão age sem violência contra pessoas) e de porte de entorpecente.
Para confirmar que eles não estavam sendo procurados pela Justiça, os policiais decidiram levar os quatro ao 78º DP. Quando chegaram à delegacia, encontraram os estudantes. De imediato, as vítimas reconheceram os detidos como sendo membros da gangue.

Nenhum objeto
A polícia não encontrou com os acusados nenhum dos objetos roubados dos estudantes. Eles também não estavam com o cão nem com o revólver. Para os policiais, os quatro negaram o crime. Eles não deram entrevista.
De acordo com a polícia, o revólver e o cão estariam com os dois outros membros do grupo que estão foragidos. O 78º DP suspeita que, no momento da detenção, os dois estivessem vendendo as mercadorias roubadas.
A polícia não tinha pistas sobre a identidade desses outros dois acusados até as 19h de ontem.
Dos quatro detidos, três permanecem nas celas do 78º DP. Eles foram autuados em flagrante sob as acusações de roubo e de corrupção de menores. O adolescente A.M.P., que os estaria acompanhando, foi transferido para o SOS Criança.



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