da Reportagem Local

A polícia descobriu que o empresário francês Thierry Atlan havia sido condenado no Reino Unido pela justiça britânica a 15 anos de prisão por tráfico internacional de entorpecente. Atlan foi achado morto com dois tiros na cabeça no domingo, no Parque São Rafael (zona sudeste de São Paulo).
De acordo com o delegado Guilherme Amadeu Junior, da 2ª Delegacia do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), Atlan havia sido preso em 1990 com o pai, que permanece detido no Reino Unido. Eles estariam com cem quilos de cocaína.
Após cumprir sete anos e meio da condenação, Atlan foi solto e mandado para a França. Os policiais do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) forneceram ontem ao DHPP um dossiê sobre Atlan.
Entre outros documentos, está em poder dos investigadores do caso a ficha que o DEA (agência antidrogas norte-americana) mantinha sobre Atlan, que já havia morado durante a década de 80 no Brasil e que havia retornado ao país no final do ano passado.
Aqui, o empresário morou em diversos flats. Seu último endereço era um flat da alameda Ministro Rocha Azevedo, nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo). Pagava R$ 144 de diária, sempre em dinheiro.
"Isso despertou a atenção dos funcionários do flat, pois ele nunca usava cheques ou cartão", afirmou o delegado. Ontem, Amadeu Junior ouviu o depoimento de mais uma testemunha do caso.

Passaporte
De acordo com o delegado, a testemunha disse que Atlan ia se encontrar com duas pessoas no sábado. Ele aguardava essas pessoas na Mooca (zona sudeste) quando foi visto pela última vez às 22h.
Na manhã de domingo, seu corpo foi encontrado nos fundos de um conjunto habitacional, na travessa Hidrosfera. Havia recebido dois tiros na cabeça. "Ao que tudo indica, ele foi assassinado naquele local", disse o delegado.
Ao lado do corpo, os policiais acharam uma maleta preta vazia, R$ 60, US$ 600, uma carteira preta, um tíquete de estacionamento e um passaporte francês em nome de Frank Sion Rene Atlan, irmão de Thierry Atlan.
De acordo com o delegado, o empresário estava usando o documento em nome do irmão, que vive na França. No passaporte constavam carimbos das alfândegas colombiana e norte-americana. (MG)


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