São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Mulher é mantida refém por mais de 3 horas no Guarujá

Segundo a PM e a refém, criminoso se suicidou com um tiro após a chegada do Gate

A turista, que ficou sob a mira de um revólver na praia da Enseada, em frente ao Casa Grande Hotel, não se feriu e passa bem

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A turista Lilian Crochi, 28, foi mantida refém, sob a mira de um revólver, por mais de três horas em plena praia da Enseada, no Guarujá (litoral), em frente ao Casa Grande Hotel.
O criminoso que a rendeu, que se identificou como Jonatan, suicidou-se com um tiro na cabeça ao perceber a chegada do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), segundo a versão da polícia, confirmada depois por Lilian. Nesse momento os jornalistas tinham sido afastados da área.
Apesar de nervosa, Lilian foi resgatada ilesa. Em depoimento à polícia, a jovem relatou que o rapaz disse que ela serviria de escudo, para que os policiais não atirassem nele. Ele a manteve refém das 14h30 às 17h50. Nesse período, ele fez quatro disparos -dois para o alto, um na direção do quiosque onde estavam os policiais e o último contra a própria cabeça.
Lilian, que mora em Santo André (Grande São Paulo) e trabalha como auxiliar de enfermagem em São Paulo, chegou ao Guarujá na quarta, para passar férias com o marido e o filho, de nove anos.
Ela foi rendida quando o marido tinha saído para ir ao banco. Segundo a PM, dois soldados que faziam ronda de bicicleta sentiram cheiro de maconha e desconfiaram de Jonatan. Ao ser abordado, segundo a polícia, ele correu para a areia e agarrou Lilian, que brincava com o filho. Ele a levou para a água, enquanto Lilian gritava para o filho se afastar.
Os policiais e os bombeiros cercaram o criminoso. Por volta das 15h, Jonatan e Lilian sentaram-se em cadeiras na praia. A polícia enviou um celular para negociar a rendição.
Jonatan gritava que não iria se entregar ou libertar a vítima até que suas reivindicações fossem aceitas, segundo relatou por telefone o major Hamilton Marques Pinto, subcomandante do 21º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento no Guarujá, Cubatão e Bertioga.
"Quando iniciamos a negociação com ele, o bandido exigiu uma lancha e um veículo com o tanque cheio. Ele dava mostras de que não queria se entregar", disse o major.
Segundo a PM, outra exigência era a presença da imprensa, que foi obrigada, por questão de segurança, a ficar a uma distância de mais de cem metros.
Às 17h40, quando o Gate chegou, ele teria dito, segundo o depoimento de Lilian: "Nossa, eles estão até com fuzil. Prefiro me matar do que me entregar".
Minutos depois, segundo a auxiliar de enfermagem, Jonatan apontou a arma para a cabeça e disparou. Ele caiu e Lilian correu para a calçada.
"Em momento algum a polícia atirou. Pedi aos jornalistas que se afastassem porque meu maior medo era que houvesse pessoas lesionadas", disse o major Marques Pinto.
"Ninguém sabe o que se passou na sua cabeça. Suspeito que, pelo fato de ele estar sob efeito da maconha, tenha se desesperado", disse o major.


Colaborou o "Agora"


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