São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Dupla explode bomba em ataque a presídio

Para polícia, objetivo era resgatar integrantes de facção criminosa, mas disparos de guardas evitaram fuga

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois criminosos detonaram um artefato explosivo e abriram um buraco na muralha da penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos, na Grande São Paulo, ontem. A Polícia Civil acredita que o objetivo da ação era resgatar detentos integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que domina a unidade, segundo agentes penitenciários.
A fuga dos presos foi contida por agentes penitenciários, que abriram fogo de cima das muralhas. Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), nenhum criminoso conseguiu fugir e não houve feridos durante a tentativa de resgate.
De acordo com a polícia, a tentativa de resgate ocorreu por volta das 10h30. Dois criminosos saíram de um matagal e jogaram a bomba na base da muralha. Em seguida, fugiram pelo mesmo matagal.
Um agente penitenciário de 37 anos percebeu a aproximação da dupla, segundo a polícia, e pediu reforços. Luiz da Silva Filho, diretor do Sifuspesp (sindicato dos funcionários do sistema prisional do Estado), disse que diversos agentes penitenciários correram para a muralha, mas não fizeram disparos contra os criminosos.
A bomba fez um buraco de cerca de 1 m de largura por 60 cm de altura. A explosão foi sentida em toda a vizinhança e chegou a acionar alarmes de carros estacionados.

Atraso
Agentes penitenciários afirmaram que os detentos dos raios três e quatro do complexo pareciam esperar pela ação, pois muitos deles não saíram do pátio após o fim do horário do banho. Aparentemente, a dupla se atrasou para detonar a bomba, que deveria explodir durante o banho de sol.
Os presos já haviam cerrado um alambrado que divide o pátio da muralha e correram para o buraco após a explosão.
Segundo a polícia, os presos só não fugiram porque os agentes fizeram disparos de alerta em direção ao pátio. Em minutos, mais agentes passaram a vigiar o buraco pelo lado de fora.
"O barulho da explosão foi muito grande. Depois, teve tiros e correria de agentes", disse Amanda Araújo, 17, que pretendia visitar o marido preso.
Testemunhas disseram à polícia que viram os dois criminosos escaparem em um Kadet, pela rodovia Presidente Dutra.
A muralha é feita de concreto e tem cerca de 20 cm de espessura, conforme agentes. Por causa disso, a polícia acredita que a bomba tenha sido feita com "altos explosivos" -como aqueles usados em pedreiras ou explosivos militares.
Policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) investigam pelo menos três integrantes do PCC que estão presos no complexo e podem ter sido o objetivo do resgate. Os nomes deles não foram divulgados.
Marcos Luiz Silva Bizarria dos Santos foi preso cerca de uma hora depois da explosão, na Dutra, com um revólver. A polícia acredita que ele tentava realizar um assalto e não estava relacionado com a explosão.


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