São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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POLÍCIA QUE MATA

Ato pediu justiça em caso de estudante assassinado por PM em estrada

Amigos de rapaz morto protestam

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Amigos e parentes de Thomas Schwarzenberg Vicente, estudante de jornalismo da universidade Mackenzie morto por um policial no último domingo, se concentraram ontem à tarde em frente à Secretaria de Segurança Pública para protestar.
A manifestação reuniu cerca de 800 pessoas vestidas de preto. Parentes e amigos do garoto levaram um manifesto ao secretário, com o texto: "Queremos mostrar que ainda estamos vivos e que não deixaremos de lutar, seja contra quem for, pela vitória da dignidade, da liberdade e da cidadania".
"Lutar por justiça é o que nos resta", desabafa Bruno de Oliveira, 19, colega de sala de Thomas, a quem considerava "um irmão". "Muita dor e revolta é o que sentimos", resume.
Luciano Menezes, 21, presidente do Diretório de Comunicação e Artes do Mackenzie, que prestou apoio logístico à manifestação, explica que o ato foi uma homenagem pacífica ao colega morto, mas também se mostra indignado. "Não podemos mais confiar em ninguém. Quem tinha que nos proteger, em vez disso, mata", diz.
Um amigo de Thomas, que preferiu não se identificar, escreveu um texto sobre o acontecimento, no qual rebate a versão de que tenha havido uma briga de trânsito". "Não foi! Foi violência gratuita, foi execução, foi covardia, despreparo", afirmou.
Ele descreve Thomas como uma pessoa que amava a natureza. No dia de sua morte, voltava do litoral quando foi baleado na rodovia Imigrantes, em São Vicente, Baixada Santista, pelo soldado da PM Clécio Barbosa Ayres, 28, após esbarrar com o retrovisor no carro do policial.


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