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TRANSPORTE
Integração dos ônibus com a rede sobre trilhos começa em 28 de novembro, mas apenas em linhas mais nobres
Metrô Paulista vai estrear bilhete único
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das principais promessas
de campanha de José Serra
(PSDB), a integração do bilhete
único dos ônibus de São Paulo
com a rede sobre trilhos está prevista para começar no dia 28 de
novembro, mas de forma parcial.
Ela será permitida inicialmente
em estações das duas linhas que
estão entre as menos movimentadas e com usuários de renda mais
elevada -a 2-verde (Paulista) do
Metrô e a C (Osasco-Jurubatuba)
da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos), que roda ao lado da marginal Pinheiros.
A intenção da administração tucana é que todos os trajetos da rede sobre trilhos estejam interligados ao bilhete único até abril de
2006, a seis meses das eleições.
A integração vai permitir a utilização do atual cartão inteligente,
que permite baldeações gratuitas
no transporte municipal, nas estações de metrô e trem. Os ônibus
intermunicipais ficarão de fora.
A promessa de campanha de José Serra não tem garantia de popularidade devido à tarifa que será cobrada de quem quiser utilizar os dois modos de transporte.
No período eleitoral, a propaganda tucana foi entendida por
muita gente como a de ampliar
esse benefício pelo mesmo preço
do bilhete dos ônibus -R$ 2.
Hoje isso é descartado sob a alegação de que os subsídios necessários seriam muito altos e que linhas do Metrô já saturadas não
suportariam maior demanda.
Simulações feitas por Estado e
prefeitura prevêem uma passagem mais próxima de R$ 3,60,
desconto de R$ 0,50 em relação
aos valores individuais -R$ 2 do
ônibus e R$ 2,10 de metrô e trem.
Ela é igual à do bilhete integrado
já existente hoje, mas só em papel,
que não permite as transferências
gratuitas em mais de um ônibus.
Mesmo com a tarifa de R$ 3,60,
haverá necessidade de subsídios
de até R$ 100 milhões por ano.
A gestão Serra diz que 2 milhões
de usuários serão beneficiados
pela integração. Os ônibus e lotações fazem atualmente mais de 5
milhões de viagens por dia, a rede
metroviária, mais de 2,5 milhões,
e a de trens, mais de 1 milhão.
O prefeito se reúne hoje com
Alckmin para anunciar a parceria
entre os dois governos. O convênio prevê gastos de R$ 15 milhões,
divididos igualmente entre Estado e prefeitura, para a adaptação
de catracas na rede sobre trilhos.
O montante é semelhante ao
previsto na gestão Marta Suplicy
(PT), quando não houve um acordo para bancar esses custos.
Os dois sistemas manterão as
diferentes gratuidades existentes
hoje -por exemplo, desempregados têm isenção na passagem
do Metrô, mas não dos ônibus.
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