São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2005

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TRANSPORTE

Integração dos ônibus com a rede sobre trilhos começa em 28 de novembro, mas apenas em linhas mais nobres

Metrô Paulista vai estrear bilhete único

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das principais promessas de campanha de José Serra (PSDB), a integração do bilhete único dos ônibus de São Paulo com a rede sobre trilhos está prevista para começar no dia 28 de novembro, mas de forma parcial.
Ela será permitida inicialmente em estações das duas linhas que estão entre as menos movimentadas e com usuários de renda mais elevada -a 2-verde (Paulista) do Metrô e a C (Osasco-Jurubatuba) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que roda ao lado da marginal Pinheiros.
A intenção da administração tucana é que todos os trajetos da rede sobre trilhos estejam interligados ao bilhete único até abril de 2006, a seis meses das eleições.
A integração vai permitir a utilização do atual cartão inteligente, que permite baldeações gratuitas no transporte municipal, nas estações de metrô e trem. Os ônibus intermunicipais ficarão de fora.
A promessa de campanha de José Serra não tem garantia de popularidade devido à tarifa que será cobrada de quem quiser utilizar os dois modos de transporte.
No período eleitoral, a propaganda tucana foi entendida por muita gente como a de ampliar esse benefício pelo mesmo preço do bilhete dos ônibus -R$ 2.
Hoje isso é descartado sob a alegação de que os subsídios necessários seriam muito altos e que linhas do Metrô já saturadas não suportariam maior demanda.
Simulações feitas por Estado e prefeitura prevêem uma passagem mais próxima de R$ 3,60, desconto de R$ 0,50 em relação aos valores individuais -R$ 2 do ônibus e R$ 2,10 de metrô e trem.
Ela é igual à do bilhete integrado já existente hoje, mas só em papel, que não permite as transferências gratuitas em mais de um ônibus.
Mesmo com a tarifa de R$ 3,60, haverá necessidade de subsídios de até R$ 100 milhões por ano.
A gestão Serra diz que 2 milhões de usuários serão beneficiados pela integração. Os ônibus e lotações fazem atualmente mais de 5 milhões de viagens por dia, a rede metroviária, mais de 2,5 milhões, e a de trens, mais de 1 milhão.
O prefeito se reúne hoje com Alckmin para anunciar a parceria entre os dois governos. O convênio prevê gastos de R$ 15 milhões, divididos igualmente entre Estado e prefeitura, para a adaptação de catracas na rede sobre trilhos.
O montante é semelhante ao previsto na gestão Marta Suplicy (PT), quando não houve um acordo para bancar esses custos.
Os dois sistemas manterão as diferentes gratuidades existentes hoje -por exemplo, desempregados têm isenção na passagem do Metrô, mas não dos ônibus.


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