São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2005

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ESQUELETO DE CONCRETO

Especialistas divergem sobre re, marcada para outubro

Serra vai retomar obra do Fura-Fila

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito José Serra (PSDB) disse ontem que irá retomar a construção do Fura-Fila -a polêmica obra iniciada pelo ex-prefeito Celso Pitta (1996-2000). Segundo Serra, as obras podem começar em outubro, com recursos da própria prefeitura -em julho, o prefeito foi a Brasília pedir cerca de R$ 200 milhões para as obras.
Segundo Serra, porém, ainda seriam necessários R$ 400 milhões para concluir o Fura-Fila, que deve ligar o centro da cidade à região de Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade. "É uma obra para três anos", disse. Até agora, só parte do sistema foi construído, embora aproximadamente R$ 390 milhões já tenham sido investidos na obra.
A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) rebatizou o projeto como Paulistão e deu continuidade às obras de Pitta, mas, por falta de verba, não terminou o trabalho.
Especialistas ouvidos pela reportagem são unânimes ao dizer que o "esqueleto" atualmente existente não pode continuar como está. Ainda assim, a retomada da obra gera controvérsias.
Para Adhemar Gianini, secretário de Transportes durante a gestão de Luiza Erundina (1989-92), o ideal seria a demolição da estrutura existente. "Acho que terminar o Fura-Fila é jogar mais dinheiro fora." Segundo ele, não há demanda suficiente para o trajeto.
Quando foi lançado na gestão de Pitta, o Fura-Fila deveria ligar o parque D. Pedro ao Sacomã -os dois locais estão a 8 km de distância e serão ligados pelo metrô.
O trajeto adotado para a instalação da obra foi um dos aspectos mais criticados. "Trata-se de um sistema de média capacidade e existem lugares com uma demanda maior", diz Cristina Baddini, presidente da comissão de trânsito da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). Ainda assim, ela defende a conclusão da obra. "Por mais polêmica que seja, é uma obra que prioriza o transporte público."
Para Reginaldo Paiva, do departamento de transportes do Instituto de Engenharia, o Fura-Fila pode complementar o sistema. "Com o que já se investiu, não cabe mais discutir a validade ou não da obra. Agora temos que pensar como a linha pode ser expandida de forma a ser integrado à malha de transporte público da cidade."


(Colaborou o "AGORA")

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