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SAÚDE/ ESPORTE
Estudo diz que futebol ajuda mais a emagrecer que corrida
Para o cientista Peter Krustrup, futebol tem o benefício de ter mais mudanças de ações
Em média, futebolistas perderam 3,3 kg e 3,7% da gordura do corpo; já os corredores perderam 1,8 kg e apenas 2,1% de gordura
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em vez de usar um iPod para
se distrair, quem busca emagrecer e para isso corre regularmente pode optar por uma atividade mais prazerosa para a
maioria dos brasileiros: o futebol. Esse esporte é melhor do
que a corrida para queimar gorduras, de acordo com um estudo realizado pela Universidade
de Copenhage (Dinamarca).
A pesquisa, que será publicada no britânico "Journal of
Sports Sciences", foi realizada
em três meses. Foram escolhidos participantes com características físicas semelhantes,
com média de 32 anos e 84,4 kg,
e que não praticavam esporte
regularmente havia dois anos.
Os resultados foram melhores para os 13 jogadores (excluindo-se os goleiros), que
perderam em média 3,3 kg e
3,7% da gordura do corpo. Os 13
corredores tiveram desempenho médio inferior: perderam
1,8 kg e 2,1% de gordura.
As atividades aconteceram
três vezes por semana durante
uma hora. Os jogadores treinaram em um campo com dimensões da metade do profissional,
de grama, e os corredores se
exercitaram em um ritmo moderado (média de 8 km/h), ao
ar livre. Não foi estabelecida
dieta, apenas foi pedido aos
participantes que mantivessem
sua alimentação rotineira.
Além do peso, outro resultado favorável aos futebolistas foi
o ganho de 1,7% de massa muscular. O benefício não foi compartilhado pelos corredores,
que terminaram as atividades
com as mesmas medições.
Segundo o cientista Peter
Krustrup, um dos responsáveis
pelo estudo, um dos motivos
para os resultados é a continua
mudança de ações no futebol.
"O jogador altera seguidamente as ações de andar, correr, dar
"sprints". Além disso ele pula,
muda de direção, ataca, se choca com o adversário e usa todas
as fibras dos músculos", afirma.
Opinião parecida tem o fisiologista do Corinthians, Renato
Lotufo, que diz que os melhores resultados para os futebolistas são possíveis e também
propiciados pelos altos momentos de intensidade desse
esporte. Ele criticou, porém, o
fato de a pesquisa trabalhar
com 13 participantes em cada
grupo, dizendo que seria melhor com uma amostra maior.
Já para o professor de educação física Gilberto José Bertevello, o futebol pode ajudar a
emagrecer, mas se associado a
uma dieta. "Não adianta sair do
jogo e ir para o churrasco", diz.
Peter Krustrup afirma que
outro fator determinante nos
desempenho dos atletas foi a
diversão. "O futebol é motivador. É importante que o jogador se esforce pelo time."
Na pesquisa, futebolistas
afirmaram que a atividade não
lhes pareceu difícil, diferentemente dos corredores, que a
consideraram mais árdua.
Para o estudante Nicolai
Loenne, que perdeu de 2 kg a 3
kg, foi muito divertido jogar. "O
problema foi ao final dos primeiros treinos, quando o objetivo não era marcar, mas conseguir continuar correndo."
Krustrup afirma que os resultados poderiam aparecer em
outros esportes, como o basquete. Segundo ele, na investigação, os praticantes das duas
modalidades tiveram melhoras
na pressão sangüínea e na capacidade de absorção de oxigênio,
entre outras, o que significa que
a corrida também tem muitos
benefícios "Se você gosta de
correr, continue correndo", diz.
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