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CRIME ORGANIZADO
Suspeito de tráfico de influência, delegado será alvo de inquérito disciplinar
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O corregedor da Polícia Civil
do Paraná, Adauto de Oliveira,
disse ontem que o delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, será alvo de um inquérito
disciplinar. Ribeiro e o secretário da Segurança Pública, José
Tavares, são suspeitos de prática
de tráfico de influência em favor
de um suposto chefe de quadrilha de roubo de cargas.
A investigação vem sendo
conduzida pelo Ministério Público do Paraná. Os nomes de
Tavares e Ribeiro aparecem em
conversas telefônicas -grampeadas por ordem judicial-,
trocadas pelos acusados de integrar a quadrilha.
A investigação corre na Comarca de Rio Negro e já resultou
na prisão preventiva de 12 pessoas. Entre os presos está o delegado-chefe da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, Armando Marques Garcia. Ele e
dois membros da equipe são
suspeitos de extorquir dinheiro
da quadrilha para liberar cargas
interceptadas.
Segundo Oliveira, Tavares não
será alcançado pela investigação. "Ele está acima, hierarquicamente, do corregedor."
Por meio de sua assessoria, o
governador Jaime Lerner (PFL)
disse ontem que a confiança no
seu secretário está mantida. "As
informações que Tavares deu à
imprensa são as mesmas que
passou ao governador, e Lerner
ficou satisfeito com elas", disse o
secretário da Comunicação Social, Deonilson Roldo.
Tavares se disse "tomado de
surpresa e indignação" com o
envolvimento do seu nome na
investigação.
A defesa do delegado Garcia
entrou ontem com habeas corpus no Tribunal de Justiça. Segundo o advogado Antonio Figueiredo Basto, a prisão do delegado "é a maior violência" que
ele já teve oportunidade de ver.
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